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ENEM TERÁ PROVAS COLORIDAS PARA AUMENTAR ACESSIBILIDADE

João Paulo - 05/11/2023 13:00

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá provas coloridas pela primeira vez. A iniciativa tem o objetivo de elevar o nível de inclusão e acessibilidade, além de proporcionar uma inovação do ponto de vista pedagógico.

Desta forma, o Ministério da Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), busca aprimorar o modelo do exame e contempla uma demanda que surgiu dos próprios participantes em eventos e reuniões técnicas promovidos pelo Inep para discutir acessibilidade. Pessoas com baixa visão falaram sobre o avanço que seria ter itens coloridos.

“A prova colorida pode aprimorar a compreensão e leitura para pessoas com deficiência visual ou baixa visão de diversas maneiras. Em primeiro lugar, o uso de cores diferentes pode tornar informações importantes mais distinguíveis”, explicou a coordenadora-geral de Exames e Instrumentos do Instituto, Fernanda Cristina dos Santos Campos. “Além disso, o contraste entre as cores pode facilitar a identificação de texto em relação ao fundo, melhorando a legibilidade”, complementou. “Somadas ao tamanho da fonte, as cores, como recurso de acessibilidade, garantem que a informação seja realmente acessível a todos”, afirmou Fernanda.

O Inep conta com a Comissão de Assessoramento Técnico-Pedagógico em Adaptação no aprimoramento dos exames e avaliações aplicados pelo Instituto, no que diz respeito à acessibilidade. As provas terão adaptações para pessoas com daltonismo (distúrbio da visão que interfere na percepção das cores). Pedagogicamente, os itens não exigirão que daltônicos reconheçam determinadas cores. Ou seja, a probabilidade de acertar ou errar não terá qualquer relação com o fato de as provas serem coloridas.

“Em provas que fiz na escola, eu tinha um problema para entender algumas coisas. O preto se misturava com o cinza, um pouco com branco e ficava difícil”, contou Arthur Tomaz, 17 anos, tem um grau leve de daltonismo. A expectativa do estudante é de que as mudanças também tornem o exame mais dinâmico e minimizem a monotonia do preto e branco.

O Inep estima que o ganho pedagógico atinja diversos públicos e agregue tanto a pessoas com deficiência quanto a outros perfis de participantes. Kaíque Moraes Lopes, 18 anos, acredita que a mudança vai auxiliar na hora de compreender e responder aos itens. “Se for, por exemplo, uma questão que envolva artes, vai ajudar porque, às vezes, temos a memória da obra, da textura, da técnica, e a cor é um elemento a mais”, disse o estudante, que também realizará o exame na capital federal.

Foto: Divulgação/Ascom ENEM Action

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