Após o Outubro Rosa chamar atenção para a importância da prevenção do câncer de mama, é a vez de o Novembro Azul despertar a atenção para a saúde masculina. Durante todo o mês, uma série de ações é realizada com o objetivo de conscientizar os homens sobre a necessidade da realização de exames de rotina e a adoção de hábitos saudáveis para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata.
De acordo com estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 71.730 homens devem ter câncer de próstata no Brasil em 2023. O urologista Dr Jailton Campos, destaca que apesar de todo o esforço de campanhas e do estímulo para que homens procurem o médico e adotem medidas preventivas, ainda existe o tabu da população masculina.
“Muitos homens consideram o fato de ir ao médico preventivamente como algo dispensável ou adiável. É uma negligência em relação à própria saúde e deve-se muitas vezes, à compreensão distorcida de certos aspectos sobre saúde e doença – a primeira relacionada à virilidade e a outra, à fragilidade. Assim, assumir-se doente seria como se assumir frágil”, declara Campos.
O câncer de próstata é o segundo com maior incidência no Brasil. O homem não tem muito o hábito de realizar os seus exames de check up com frequência, então o Novembro Azul também tem esse cunho de levar a prevenção para eles, que costumam não ter o olhar voltado para saúde da mesma maneira que as mulheres.
Anualmente, ao longo do mês, as ações orientam a população sobre a necessidade de homens acima de 45 anos deixarem o preconceito de lado e fazerem os exames de toque retal e dosagem de PSA no sangue. O controle ainda é a ferramenta mais eficiente no combate ao câncer de próstata.
“À esposa, filhos, familiares e amigos cabe sinalizar a importância da conscientização que tanto homens quanto mulheres devem ter sobre a eficiência da prevenção, bem como estimular a reformulação do conceito de ‘masculinidade’ para que os homens possam refletir e aceitar com mais naturalidade suas fragilidades físicas e emocionais”, acrescenta o urologista.
Dados locais
Seguindo a tendência nacional, as estatísticas locais também apresentam números. De acordo com o Inca, a estimativa é que 6.510 homens devem ter câncer de próstata na Bahia em 2023. Destes, 1.200 apenas em Salvador.
Sobre o Câncer de Próstata
O Inca aponta que o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens brasileiros, atrás apenas do de pele não-melanoma. Quanto mais cedo for detectada a doença, maiores as chances de cura, já que alguns tumores podem crescer de forma silenciosa, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. “Dificuldade de urinar, frequência urinária alterada ou diminuição do jato da urina podem ser sintomas do tumor, mas o mais comum é que a doença não apresente sinal algum”, alerta o urologista Jailton Campos.
Segundo o médico, os fatores de risco incluem, além de idade avançada, histórico familiar, fatores hormonais e ambientais, hábitos alimentares, sedentarismo e excesso de peso. A fase do tumor e as características do paciente determinam as formas de tratamento que podem ser definidas pelo médico. Nos estágios iniciais da doença (tumores localizados e localmente avançados), a prostatectomia radical – cirurgia para retirada da próstata – é o tratamento padrão e apresenta altos índices de cura.