Os membros das associações de criadores de animais criticaram o anúncio do cancelamento da 33ª edição da Feira Nacional da Agropecuária (Fenagro). Em entrevista ao Jornal Correio, o presidente da Associação de Criadores de Cavalo Campolina da Bahia (ACCCBA), Nilton dos Anjos, o prejuízo acumulado chega a R$ 1,1 milhão.
Diversos produtores investiram para estarem prontos para a feira em novembro. A ACCCBA estimava trazer 150 animais e pausaram a movimentação de R$ 600 mil em negócios apostando que o leilão do evento traria mais lucros. “Além do valor de negócios em torno de R$ 600 mil, com os gastos preparando os animais para o evento, numa estimativa de mais ou menos R$ 540 mil, teremos em torno de R$ 1,1 milhão de prejuízo”, explica Nilton.
Já a Associação Baiana dos Criadores de Mangalarga (ABCM) vai deixar de trazer 70 animais que iram para o evento. Segundo o presidente da entidade, Thiago Faria, o custo por trás da preparação para o projeto irá prejudicar tanto criadores quanto expositores. “Terminou jogando fora toda a expectativa dos criadores e expositores que custearam tanto nesse período de pré-exposição para chegar praticamente na véspera, que está faltando um mês, e receber essa notícia. Então, a gente perde bastante possibilidades de eventos e negócios importantes”, afirma.
O anúncio com a decisão de cancelamento foi publicado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) nesta terça-feira (24), 22 dias depois de te confirmado, no último dia 3, que a feira seria realizada entre os dias 23 de novembro e 3 de dezembro.
Em nota, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), Humberto Oliveira, além de destacar a surpresa com a notícia após a confirmação da Seagri no início do mês, lamenta a decisão e lembra do montante que deixará de ser movimentado no estado por conta da não realização da Fenagro. “Esperava-se, segundo expectativas dos Órgãos Governamentais, movimentar mais de R$ 150 milhões em negócios na Fenagro 2023, além da parte de capacitação e disseminação de conhecimento”, conta.
Thiago Faria resume a frustração da categoria ao ressaltar que o evento está suspenso desde o período da pandemia de Covid-19: “É muito triste essa notícia para a gente que está com a Fenagro desde a primeira edição. Foram três anos da feira suspensa porque tivemos a pandemia e, ano passado, também foi cancelada. Esse ano, estávamos com todo o intuito e expectativa de voltar para essa grande festa do agronegócio baiano e brasileiro”.
“A Seagri reforça seu compromisso em seguir apoiando feiras e exposições agropecuárias por toda a Bahia, por entender a importância dessas iniciativas para a agropecuária e a economia de nosso estado. Nesse sentido, ainda, informa que já iniciou as tratativas para, no próximo ano, entregar uma edição da Fenagro à altura da tradição do evento”, disse a secretaria em comunicado.
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