Com uma série de investimentos públicos e privados programados para a próxima década, o Nordeste deve ser a região do país com maior crescimento econômico no período 2025-2033, segundo projeções da Tendências Consultoria. O crescimento seria de 3,4% no Nordeste, acima do nacional de 2,5% e da região Sudeste de 2,3%.
Lucas Assis, economista e analista da Tendências Consultoria, diz, no entanto, que o maior crescimento dessas três regiões em relação ao Sul e Sudeste não representa necessariamente uma redução significativa das desigualdades regionais do país, embora seja uma boa notícia.
Os investimentos programados para o Sudeste, por exemplo, superam os esperados para o Nordeste em valores monetários, mas são menores, proporcionalmente, ao tamanho da sua economia. Ou seja, em regiões mais desenvolvidas, esses aportes de investimento têm impactos menores.
No Nordeste, a consultoria destaca o investimento da Petrobras de cerca de US$ 8 bilhões na Refinaria Abreu e Lima, no município de Ipojuca (PE), para ampliar a capacidade de refino no país. A primeira unidade, com capacidade para refinar 115 mil barris de petróleo por dia, está em operação desde 2014. O projeto do chamado trem 2 acrescenta capacidade de refino de 150 mil barris.
No mesmo estado, o grupo automotivo Stellantis investirá aproximadamente US$ 1,5 bilhão para ampliação do parque de fornecedores em Goiana (PE).
Outro destaque é o investimento de aproximadamente US$ 830 milhões para implantação de uma refinaria no Complexo do Pecém (CE), da empresa Noxis Energy.
Ecio Costa, professor titular de Economia na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e sócio na CEDES Consultoria e Planejamento, destaca a importância dos investimentos programados do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), de quase R$ 100 bilhões no estado (R$ 700 bilhões em todo o Nordeste).
Em Pernambuco, segundo ele, um dos gargalos é a infraestrutura viária, que tende a melhorar com obras como o Arco Metropolitano e a duplicação de alguns trechos da BR-104, que corre em paralelo à BR-101 pelo interior. A consultoria não listou os investimentos previstos para a Bahia e para o Norte de Minas. Com informações da Folha de São Paulo.