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REFORMA TRIBUTÁRIA: HADDAD PEDE AGILIDADE DO CONGRESSO EM TEMAS RELACIONADOS

João Paulo - 19/10/2023 15:00

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu nesta quinta-feira (19) agilidade do Judiciário em processos sobre tributação – e que o Congresso mantenha a diligência nos trâmites da reforma tributária. O objetivo, segundo Haddad, é conferir mais segurança jurídica ao sistema de tributos brasileiro e estimular os investimentos produtivos no país. O ministro palestrou nesta quinta em um congresso de direito constitucional promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Como exemplo negativo, Haddad lembrou do julgamento, realizado em 2017 pelo Supremo Tribunal Federal, que decidiu que o governo federal não pode incluir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS, estadual) na base de cálculo das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

O governo estima perda de R$ 250 bilhões em arrecadação caso o entendimento do Supremo seja aplicado a casos anteriores à decisão de 2017. Segundo Haddad, o Judiciário tem de ser mais ágil na análise de eventuais processos relacionados com a reforma tributária – em análise no Congresso Nacional – caso ela seja aprovada. “Depois de 20 anos, descobrimos que o Supremo não considerava adequado recolher daquela maneira [PIS/Cofins], e isso provocou uma perda de arrecadação de R$ 50 bilhões por ano. Uma coisa que a gente poderia ter resolvido antes. Poderíamos ter dito: ‘não é assim, vamos calibrar a alíquota para arrecadar a mesma coisa da forma que a justiça considera mais justa’. Mas o tempo se passa. A coisa começa lá na primeira instância, vai chegar no supremo dez anos depois, 15 anos depois”, disse o ministro Haddad.

Para ele, o governo não pode ficar 10 ou 20 anos a mercê de interpretações do Judiciário. “O tempo é crucial para que nós passemos para o mundo a ideia de que são essas as regras. Estão validadas pelos três poderes, essa é a compreensão que se tem sobre isso, e aí se cria um ciclo de prosperidade porque os empresários vão ver que o país se organizou para receber investimentos”, declarou.

Foto: Diogo Zacarias/MF

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