O maior desafio do Dinizismo na Seleção Brasileira até aqui chegará sob desconfiança. Depois do decepcionante empate com a Venezuela, é a hora da Amarelinha enfrentar o tradicional Uruguai, em Montevidéu. E, se quiser retomar a liderança das Eliminatórias, será preciso mostrar mais do que a atuação apática das últimas duas partidas. O jogo será nesta terça-feira (17), às 21h, no estádio Centenário, pela 4ª rodada da competição classificatória. Graças ao tropeço contra os venezuelanos, a equipe canarinha caiu para o segundo lugar, agora com sete pontos. São dois a menos que a Argentina, que segue com 100% de aproveitamento.
O Uruguai, por sua vez, ocupa a 4ª colocação. Vindo de empate com a Colômbia fora de casa, a Celeste quer fazer valer a força como mandante. “Os jogos fora de casa têm esse teste a mais, o fator campo, torcida. É natural que eles queiram ser protagonistas, mas temos que medir forças. Temos nosso estilo de jogo, eles vão tentar implantar o deles, vão tentar anular nossos pontos fortes, a gente vai tentar anular os deles. É uma nova geração fortes. Será um jogo de medir forças, de colocar aquilo que cada time pensa e trabalhou”, projetou o zagueiro Marquinhos.
O Brasil estreou nas Eliminatórias de forma empolgante, com goleada sobre a Bolívia. Mas sofreu para vencer o Peru na sequência, e voltou a ficar devendo na Arena Pantanal. Diante da Venezuela, a equipe do técnico Fernando Diniz teve mais a bola, ocupou o campo de ataque, mas encontrou dificuldades diante de uma rival fechada. No início do segundo tempo, a Seleção conseguiu abrir o placar com Gabriel Magalhães e passou a criar chances. Mas desperdiçou inúmeras oportunidades e viu Bello empatar para a Venezuela.
Para Marquinhos, a partida contra Uruguai deve ser mais agradável aos torcedores. O zagueiro citou o técnico Marcelo Bielsa, que gosta do estilo ofensivo de jogo. “A ideia dele é bem clara, não é de ficar se defendendo atrás. Apesar disso, creio que o Brasil terá bastante a bola também. O Bielsa propõe muito o jogo, tem muita intensidade nos duelos, nas movimentações. A gente vê as características que ele coloca em campo. Não é um time para ficar atrás defendendo, esperando o Brasil. Eles sabem os nossos pontos fortes. A gente sabe os deles. Quando é mais prazeroso assistir aos jogos, para nós está sendo mais prazeroso. Se for um jogo mais aberto, os dois times procurando a vitória, vai ser importante”, afirmou.
O resultado igualado com a Venezuela, última colocada das Eliminatórias passadas, rendeu vaias à Seleção em Cuiabá. E também mudança na escalação para enfrentar o Uruguai. Serão três alterações para o jogo, sendo uma obrigatória: Yan Couto entra na lateral direita, no lugar do lesionado Danilo. As outras duas mudanças são por opção de Diniz. Pela esquerda, Carlos Augusto vai substituir Guilherme Arana. Será a estreia do jogador pela equipe. E, no ataque, Gabriel Jesus ocupará o lugar de um contestado Richarlison. O camisa 9 não balança as redes pela Seleção há seis partidas.
Será a primeira vez que Jesus aparecerá entre os titulares desde a terceira rodada da Copa do Mundo do Catar, quando iniciou a partida contra Camarões. Vale lembrar que o técnico Tite havia poupado seus principais jogadores para aquele duelo. Com a nova chance, o atacante do Arsenal terá a missão de acabar com um jejum incômodo na Amarelinha: já são sete jogos sem que um centroavante balance as redes. O último gol anotado por um ‘camisa 9’ foi no dia 5 de dezembro, nas oitavas de final da Copa do Catar. Richarlison deixou o dele na goleada por 4×1 sobre a Coreia do Sul.
Desde então, diferentes jogadores desempenharam a função de referência no ataque. Incluindo o próprio Pombo e Gabriel Jesus, além de Matheus Cunha, Pedro, Rony, Yuri Alberto e Vitor Roque. Mas todos passaram em branco. Nesses últimos sete jogos, a Seleção marcou 15 vezes, mas nenhuma por um centroavante. Os gols foram feitos por Neymar (3x), Rodrygo (3x), Marquinhos (2x), Casemiro, Gabriel Magalhães, Joelinton, Lucas Paquetá, Militão, Raphinha e Vini Jr. Com as mudanças, um provável Brasil tem: Ederson, Yan Couto, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Carlos Augusto; Casemiro, Bruno Guimarães e Neymar; Rodrygo, Vini Jr e Gabriel Jesus.
Crédito: Vitor Silva/CBF