A toxina botulínica, conhecida comercialmente como botox, é utilizada para diversos procedimentos estéticos. Na prática médica, entretanto, o uso da toxina botulínica com finalidade terapêutica, também é uma ferramenta essencial para o tratamento de algumas doenças neurológicas, a exemplo da distonia, o espasmo hemifacial, a espasticidade, a enxaqueca, entre outras condições. De acordo com a neurologista, Dra. Roberta Kauark, o tratamento envolvendo a toxina consiste na aplicação da substância no músculo ou glândula afetada e já se pode observar resposta terapêutica após alguns dias da aplicação.
“A toxina botulínica terapêutica é a mesma droga, a mesma medicação usada para estética, popularmente conhecida como botox. Ela é utilizada para relaxar musculatura, então usamos em doenças que ocasionam o aumento da função de uma determinada musculatura e que atrapalhe o indivíduo, a exemplo do espasmo hemifacial, que é aquele movimento involuntário na metade do rosto, em que o paciente pisca o olho sem querer, e a boca puxa para o lado. A toxina é a primeira escolha para o tratamento desta condição”, explica.
A aplicação da toxina botulínica para fins neurológicos é realizada na Clínica Neuroliv, que está localizada no Mundo Plaza Empresarial – Sala 1513, na Av. Tancredo Neves, 620, no Caminho das Árvores. Recém inaugurada, a clínica contará com um coquetel em celebração a sua abertura no dia 24 de outubro. A especialista também aponta que o medicamento pode ser utilizado para as distonias, em casos de tiques e nas espasticidades. Ela enfatiza que o tratamento utilizando essa ferramenta foi um marco significativo no manejo dessas patologias. “Estamos falando de movimentos involutários, em que os indivíduos ficam com uma postura muscular anormal, por exemplo no pescoço ou fechando os olhos sem querer. A toxina também pode ser usada em alguns casos de tiques, e nas espasticidades, que é o aumento do tônus do músculo, quando ele fica mais rígido”, indica.
A espasticidade ocorre em lesões neurológicas diversas, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), Esclerose Múltipla, traumatismos cranianos, etc. “Ela também ocorre em tumores, acidentes que lesam a medula na coluna, que levam a paraplegia ou a tetraplegia. A gente trata aquela musculatura com o tônus aumentado, para otimizar a reabilitação, facilitar cuidados, diminuir chance de dor e deformidades osteoarticulares”, ressalta. A toxina botulínica também pode ser utilizada no tratamento de enxaqueca crônica e da sialorreia, que é a produção excessiva de saliva, além de algumas dores neuropáticas. “Pode ser aplicada no pós Herpes Zoster, neuralgia do trigêmeo, algumas dores neuropáticas em cicatriz cirúrgica, para hiperidrose nas axilas, mãos e pés, ou seja, uma série de usos terapêuticos, não estéticos”, ressalta.
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