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SECA NO RIO TAPAJÓS DIFICULTA ATENDIMENTO MÉDICO EM COMUNIDADES ISOLADAS

João Paulo - 14/10/2023 09:00 - Atualizado 14/10/2023

No interior do Pará, a seca dos rios está dificultando o atendimento médico da população. As consultas e cirurgias oferecidas pelo barco hospital tiveram que ser suspensas. A baixa vazão dos rios impede a embarcação de chegar às comunidades. “As comunidades ribeirinhas que ficam em regiões de lagos e que poderiam ter acesso muito fácil à embarcação tiveram o transporte dificultado”, conta o coordenador do Barco Hospital Papa Francisco, Frei Afonso Lambeti

O nível do Rio Tapajós chegou a 55 centímetros: é a menor marca registrada desde 2010. Com isso, para chegar às comunidades isoladas só em barcos pequenos. Médicos e enfermeiros viajam em lanchas por três horas, levando medicamentos e vacinas. Depois, são mais duas horas a pé, sob sol quente, para chegar aos ribeirinhos. Antes, esse trajeto era feito em duas horas.

Somente em uma das regiões, são 12 comunidades. Quase 2 mil famílias que precisam do atendimento básico de saúde, mas as unidades estão desabastecidas de medicamentos e vacinas porque a logística é difícil. Por isso, os profissionais precisam fazer mutirões e montar estratégias pelo menos uma vez por semana, pra chegar até os ribeirinhos.

Os atendimentos são feitos no barracão comunitário. A dona de casa Franciene Ribeiro levou o filho de um ano para conseguir uma consulta com o médico e relata a dificuldade. “Quando tinha água era fácil, né? Que a gente vinha de rabeta e a gente chegava. Agora é andando. A gente vem nesse sol, ainda com o filho doente. É uma hora de caminhada até aqui”, fala.

Febre, vômito e problemas respiratórios estão entre as principais queixas dos moradores. “As crianças estão adoecendo muito devido ao calor, devido à água”, relata a dona de casa Maria Fariane.

Quem não consegue sair de casa, recebe a visita do médico. Uma jornada que dura o dia inteiro. “Na situação que nós estamos aqui, praticamente preso aqui dentro de onde era o igarapé. E essa vinda deles aqui facilita mais a comunidade, porque a gente vem receber o atendimento aqui mesmo”, lamenta o líder comunitário Tarcísio Vasconcelos.

Foto: Adriana Marinho/TV Tapajós

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