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RUDUFLAÇÃO: VEJA PRODUTOS QUE FICARAM MENORES E MAIS CAROS NOS MERCADOS BRASILEIROS

João Paulo - 14/10/2023 13:00

Você já percebeu que alguns itens do supermercado ficaram menores e mais caros. Uma reportagem do portal g1 mostrou alguns itens que fazem parte do uso cotidiano do brasileiro e acabaram ficando menores e mais caros. Esse movimento recebe o nome de reduflação — que é a manutenção ou até um aumento dos preços nas gôndolas, mesmo diante de um corte no tamanho dos produtos por parte dos fabricantes.

No acumulado dos oito primeiros meses de 2023, por exemplo, o sabão em pó foi o item vendido em supermercados que mais sofreu reduflação em comparação ao intervalo de janeiro a agosto do ano passado. No período, o tamanho do produto diminuiu quase 10% (de cerca de 1,1 kg para 1kg), enquanto o preço foi de R$ 15,31 para R$ 19,18.

Em seguida veio o chocolate, que ficou em segundo lugar entre os itens mais impactados. Na mesma janela de referência, o produto diminuiu de 167,6 gramas para 143,7 gramas, enquanto o preço foi de R$ 15,85 para R$ 16,78. Todos os valores constam no levantamento realizado pela consultoria Horus e concedido com exclusividade ao g1. Foram analisadas as 30 principais categorias de produtos presentes no carrinho de compra do consumidor.

Em entrevista à BBC, Cammy Crolic, professora da Universidade de Oxford, afirmou que essa é a grande sacada para que os clientes não parem de consumir. Ela diz que a população tende a se preocupar mais com o impacto do preço das compras do que com a quantidade. Para Anna Carolina, chefe de percepções de consumo da Horus, a reduflação não é vantajosa para o consumidor, visto que, em muitos casos, pode levá-lo a aumentar as idas ao supermercado diante da necessidade de repor um produto que acabou mais rápido.

“Antigamente, eu ia ao mercado duas vezes ao mês. Hoje, eu vou cerca de quatro a cinco vezes, para repor o corte na gramatura que os produtos tiveram. Além disso, eu gastava R$ 700 [mensais], e hoje minhas despesas com comida são quase o dobro”, conta o marceneiro Gimenes. Por isso, para o professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o consumidor deve ficar atento à reduflação, pois essa estratégia não sumirá tão cedo. “O efeito só vai mudar quando o consumidor perceber esse truque. Enquanto isso não acontecer, o cliente continuará sendo enganado”, diz.

Foto: Imagem de Kamalakannan PM por Pixabay

 

 

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