Na última semana, a Prefeitura de Salvador anunciou a construção de um novo viaduto, que ficará localizado nas imediações do 3º Batalhão de Bombeiros Militar. Em entrevista ao Bahia Econômica, o secretário de Mobilidade (Semob), Fabrizzio Mulller, afirmou que o complexo vai beneficiar os motoristas que vierem das avenidas Tancredo Neves ou Paralela e que desejam retornar para a região do Shopping da Bahia.
Questionado se a obra era necessária na capital baiana, após a construção de tantos outros viadutos – com a instalação do BRT [Bus Rapid Transit] -, Muller pontuou que a obra faz parte de um complexo de intervenções.
“É importante deixar claro e destacar que essa obra não pode ser enxergada de um modo isolado porque ela faz parte de um conjunto de intervenções que foram pensadas para melhorar a região, junto com a chegada do BRT, que tem ali como objetivo priorizar o transporte público”, destacou.
“Ao longo dos estudos daquela região foram feitas, foram feitas várias simulações, utilizando o que existe de mais moderno na área de engenharia e tráfego, para identificar pontos de melhoria em toda a região, desde a Tancredo Neves com a Magalhães Neto, onde surgiu o Mergulhão, que já foi entregue e também faz parte deste conjunto de obras. Tem o pontilhão do Camarajipe, as obras da Marcos Freire, e essa intervenção após o Detran, que retorna no sentido do Shopping da Bahia. É um conjunto de intervenções simuladas e pensadas justamente para trazer soluções dos problemas crônicos”, acrescentou à reportagem.
Segundo Muller, Salvador tinha um congestionamento diário na região da Avenida Mário Leal Ferreira, conhecida como Bonocô, e a intervenção anunciada, no valor de R$ 51,8 milhões, com prazo de duração de 14 meses, vai melhorar o tráfego.
“Há muito pouco tempo atrás, antes da conclusão da obra do BRT, a gente tinha um congestionamento da Avenida ACM, que era atingido diariamente no horário de pico a região do Bonocô. Inclusive, eram feitas intervenções operacionais, e ás vezes, de fechar o acesso à ACM de quem vinha do Bonocô, justamente para que o trânsito não acabasse comprometido”, disse.
“Essa intervenção especificamente tem o objetivo de melhorar, inclusive a chegada da Paralela, que era afetado por um acesso que tem nas proximidades do Viaduto Raul Seixas, para quem desce de Pernambués e quem desce da Luiz Eduardo Magalhães. Se não existisse essa agulha que hoje existe, o motorista teria que ir lá na Rótula do Abacaxi para conseguir chegar na região do Shopping da Bahia. Então, esse viaduto, entre outras funções, tem a de melhorar essa fluidez”, explicou o secretário de Mobilidade.
De acordo com Fabrizzio Muller, o estudo contou com participação técnica de profissionais da Semob, da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) e de uma empresa internacional da área de engenharia de tráfego.
“Nesse estudo da nova Tancredo Neves, que traz essas soluções em um conjunto de intervenções, foram feitas pela Semob, pela Transalvador e também por uma empresa de consultoria nesta área de engenharia de tráfego, contratada à época pela Semob”, disse ao complementar que para essa região, o estudo não indicou qualquer outra alternativa senão um viaduto.
Ainda segundo o secretário, grande parte das intervenções, que já foram ou estão sendo realizadas em Salvador, são contempladas no plano de mobilidade da cidade.
Questionado como avalia as críticas dos cidadãos referente à construção de mais um viaduto na cidade, o dirigente da Semob ponderou que avalia com muito respeito as opiniões da população, mas que todo o processo e estudo foi feito por profissionais da área. “Tudo foi feito com grandes profissionais, inclusive por consultoria de empresa com experiência internacional. É claro que a gente respeita todos os comentários e as opiniões contrárias, mas o que se teve como avaliação, realmente, é a necessidade de uma intervenção desse tipo [construção de viaduto]”, concluiu.
Foto: Margarida Neide | Ag. A TARDE
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