Foi aprovada no Congresso Nacional, um pacote de propostas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para realocar recursos entre os ministérios com o intuito de fortalecer as emendas parlamentares e ganhar cada vez mais apoio do Centrão no Legislativo. Uma das propostas, o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) nº 22/2023, reforça os caixas dos ministérios da Agricultura e Pecuária, da Educação, de Minas e Energia, da Saúde e da Integração e do Desenvolvimento Regional com R$ 1,296 bilhão. A relocação de recursos é uma maneira que o governo Lula tem para alavancar a aprovação de propostas de interesse do Executivo no Congresso Nacional. O último movimento do presidente nesse sentido foi a nomeação dos ministros André Fufuca (Progressistas-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para Esporte e Portos e Aeroportos, respectivamente.
A maior parte dos recursos, cerca de R$ 425 milhões, será destinada para a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), comandada pelo engenheiro Marcelo Andrade Moreira Pinto, indicado pelo líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA), em 2019, ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL). Além do dinheiro destinado pelo governo federal, a Codevasf concentra emendas parlamentares individuais, recursos destinados pelos deputados e senadores sem critério técnico, apenas político. A companhia é ligada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, chefiado por Waldez Góes (PDT-PA).
Os recursos enviados para a Codevasf foram retirados do Ministério das Cidades, de Jader Filho (MDB-PA). O orçamento da pasta também foi destinado para o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), dirigido por Fernando Marcondes de Araújo Leão, outro nome indicado pelo Centrão da Câmara ainda no governo Bolsonaro. O Ministério do Desenvolvimento Social, chefiado por Wellington Dias (PT), perdeu R$ 44 milhões em recursos. O comando da pasta foi pleiteado pelo Progressistas, de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, mas sofreu resistência da alta cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT).
Foto: Claudio Kbene; Reprodução Twitter