A Braskem vem promovendo uma redução anual estimada de 300 mil toneladas na emissão de gases de efeito estufa na unidade Q1, localizada no Polo Industrial de Camaçari. Grande parte dos resultados se deve à implementação do Programa de Descarbonização Industrial, em 2021. Investimentos em inovação, novas tecnologias e energia renovável, além de mobilização e capacitação de equipes em prol da otimização de processos foram algumas das iniciativas adotadas. O tema será abordado pela gerente de Descarbonização da Braskem, Gabriela Cravo, na abertura do 24º Congresso Brasileiro de Engenharia Química, no dia 1º de outubro, no Fiesta Bahia Hotel, em Salvador. O evento é realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Química (ABEQ) e tem a Braskem como uma das patrocinadoras.
“Temos um compromisso com a sustentabilidade e por isso implantamos um Programa Global de Descarbonização Industrial na companhia para desenvolver a estratégia e implementar iniciativas que promovam a redução de 15% nas emissões de gases de efeito estufa de escopo 1 e 2 até 2030. Na agenda de mudanças climáticas, nossos esforços caminham em direção à neutralidade de carbono até 2050”, explica Cravo.
Um dos pilares do programa é o aumento da participação de energias renováveis e combustíveis de baixo carbono em sua matriz energética. Já foram assinados seis contratos que possibilitarão evitar uma emissão acumulada de 3,2 milhões de toneladas de CO2 em 20 anos. Dois desses contratos estão localizados na Bahia: um em Campo Formoso e outro no sudoeste do Estado. Em 2022, mais de 82% da energia elétrica comprada pela Braskem no mundo foi de origem renovável.
Em termos de eficiência energética, que também é um dos pilares do programa, já foram implementadas diversas iniciativas na operação da companhia em Camaçari. Destacam-se os projetos de Indústria 4.0, como o multivariate process analysis (ProMV), que otimiza o consumo da operação dos fornos de pirólise usando modelos matemáticos, estatísticos e simulação em tempo real. Além disso, a empresa aposta na eletrificação de equipamentos, o que agrega não apenas em descarbonização, como também em competitividade. Na prática, o acionamento de equipamentos turbinados, como bombas e compressores, é substituído por motores elétricos de maior eficiência.
Engajamento – Para Gabriela Cravo, um dos principais responsáveis pelos resultados alcançados até agora é o engajamento e participação ativa das equipes de áreas diversas. “Cada empresa traça a sua estratégia e trilha seu próprio caminho para alcançar esse grande desafio de descarbonizar por meio da redução das emissões de gases de efeito estufa. Na nossa experiência, o envolvimento de todos os times é o principal alicerce para um plano de trabalho bem-sucedido, explica.
A cooperação também é outra frente de atuação utilizada pela Braskem, por meio de parcerias com universidades, instituições de pesquisa, fornecedores, parceiros, clientes e licenciadores de tecnologia. “Um exemplo dessa forma de trabalho é o recém-criado Grupo de Descarbonização Industrial no COFIC (Comitê de Fomento Industrial de Camaçari), formado com o propósito de compartilhar as melhores práticas em descarbonização e alavancar sinergias considerando o rico celeiro de empresas que compõem o Polo Industrial de Camaçari”, explica Cravo.
Já na esfera governamental, a gerente de Descarbonização da Braskem acredita ser necessária a criação de uma política de precificação de carbono e a regulação de alguns aspectos das energias renováveis e de tecnologias voltadas para a descarbonização, como a captura de carbono. “Essas agendas se encontram em discussão e, certamente ao serem concretizadas, trarão um impulso fundamental e estruturante ao tema, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos e Europa”, afirma.