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ARÁBIA SAUDITA TEM POTENCIAL PARA VIRAR POLO GLOBAL DE BIOTECNOLOGIA, DIZ PWC

João Paulo - 28/09/2023 07:00

Segundo dados do relatório feito pela Strategy & Middle East, consultoria de negócios para o Oriente Médio pertencente à PwC, com o crescimento da indústria da biotecnologia, a Arábia Saudita tem potencial para liderar este segmento em sua região e se tornar um centro de referência para o resto do mundo.

“A biotecnologia cresceu globalmente nas últimas décadas graças ao seu potencial de transformar a saúde humana e sua ampla aplicabilidade em diversos setores, incluindo saúde, agricultura e química”, diz o relatório. De acordo com os pesquisadores, a biotecnologia, ramo da ciência que desenvolve produtos e soluções a partir de processos celulares e biológicos, deve “moldar a próxima era de desenvolvimento humano”, em um processo semelhante à revolução promovida pelos computadores na sociedade.

“Apesar do crescimento global e do potencial deste campo, o Oriente Médio ainda carece de um centro de inovação biotecnológica de classe mundial”, avalia o relatório, “e, como peça fundamental do Oriente Médio, a Arábia Saudita está bem posicionada para desenvolver um ecossistema líder da indústria e globalmente competitivo”.

Entre os investimentos e avanços recentes que já criam um ambiente propício para o desenvolvimento de uma indústria de ponta e colocam o país à frente nesse processo, a consultoria menciona a comunidade criada no entorno da Universidade de Ciência e Tecnologia do Rei Abdullah (Kaust, em inglês), fundada em 2009 na cidade costeira de Thuwal.

Também há referência ao projeto Neom, a cidade futurista que está sendo totalmente planejada pelo reinado para ser construída no meio do deserto como polo urbano e econômico, além de ser totalmente sustentável. Além da Kaust, o país também já é sede de outras instituições de referência para as ciências e a saúde, e também possui um dos principais programas de sequenciamento genético do mundo, o Programa Saudita de Genoma Humano, o que dá à Arábia Saudita, de antemão, uma infraestrutura importante de laboratórios e comunidade de pesquisa.

Entre as principais instituições de pesquisa, estão o Hospital Especializado e Centro de Pesquisa King Faisal (KFSH&RC), o Centro Internacional de Pesquisa Médica King Abdullah (KAIMRC), a Universidade King Saud (KSU) e a Cidade King Abdullah para Ciência e Tecnologia (KACST), centro público de pesquisas estabelecido na capital Riyadh ainda nos anos de 1970.

Cabe ao país, agora, aproveitar a infraestrutura e os investimentos que já tem para melhorar as áreas em que ainda está defasado e, com isso, se consolidar como polo global da biotecnologia, na avaliação dos pesquisadores. “Esses esforços deram as bases para um hub biotecnológico, mas há vários facilitadores que levarão a Arábia Saudita a impulsionar ainda mais o seu desenvolvimento”, diz o relatório.

A pesquisa identifica e sugere mais investimentos em quatro frentes em que o reino saudita ainda está defasado e que pode melhorar:

  • ampliar os investimentos públicos e atrair mais capital privado para o desenvolvimento de novas tecnologias
  • expandir o capital humano
  • desenvolver infraestrutura de última geração
  • criar uma estrutura forte de regulamentação e incentivos

“Um ecossistema biotecnológico produtivo pode contribuir para uma diversificação econômica significativa na Arábia Saudita”, diz a consultoria. “Como economia do G20, a Arábia Saudita deverá passar por uma rápida transformação biotecnológica nos próximos anos. Esses facilitadores podem ajudar o país a acelerar seu ritmo da inovação e solidificar sua posição de referência para a região e para o mundo.”

Foto: Kaust/Divulgação

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