Como parte da programação de reabertura do Espaço Cultural da Barroquinha, no Centro Histórico, Kaiala volta à cena teatral soteropolitana para falar de intolerância, preconceito e genocídio do povo negro.
O espetáculo do ator baiano Sulivã Bispo começará nesta quinta (28) e vai até sábado (30), às 19h. Os ingressos são gratuitos.
A trama conta a história de uma menina de 10 anos assassinada em uma invasão ao seu terreiro por um grupo de evangélicos. Entre realidade e ficção, a narrativa discute temas como racismo, intolerância religiosa e a morte sistemática de jovens negros no Brasil.
Fruto do primeiro solo do ator, a peça percorre a trajetória da menina de nome Kaiala, em homenagem à divindade Kaiala, inquice do Candomblé Angola, com uma metáfora para lidar com temas sensíveis ao povo negro.
A construção do relato é marcada por depoimentos e fragmentos de memórias dos personagens (flashbacks), de modo que o público vai tomando conhecimento sobre a religião, o movimento de resistência do povo negro e o crime narrado.
“Kaiala é um alerta do que não pode mais acontecer. É a grande força maternal, que cuida das cabeças e vem passar essa mensagem. Ela traz para a dramaturgia a visão de divindade de maneira muito bela e singela e faz um paralelo com esse momento tão triste que estamos vivendo de intolerância religiosa no país”, explica Sulivã.
Foto: Divulgação/Ascom