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INDICADO POR BOLSONARO, ARAS DEIXA PGR HOJE

João Paulo - 26/09/2023 06:58 - Atualizado 26/09/2023

Depois de quatro anos no cargo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, deixa a chefia do Ministério Público Federal nesta terça-feira. O PGR foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro pela primeira vez em 2019, sendo reconduzido em 2021 — nas duas ocasiões, o então chefe do Executivo escolheu um nome que não constava na lista tríplice organizada por integrantes do MPF e apresentada à Presidência. O período de Aras à frente do órgão foi marcado pela aproximação com Bolsonaro, a defesa da bandeira antilavajatista e falas polêmicas.

Durante o período em que esteve à frente da PGR, Aras arquivou uma série de investigações contra Bolsonaro. Ao todo, ele engavetou mais de 70 pedidos de inquérito em casos que incluíam acusações de prevaricação, emprego irregular de verba pública, infração a medidas sanitárias e epidemia com resultado de morte, as duas últimas decorrentes da CPI da Covid. O PGR também não viu crime nas pregações de Bolsonaro contra as vacinas e o uso de máscaras, nem contra as declarações golpistas de 7 de setembro de 2021.

Nos primeiros dois anos à frente do cargo, Aras já deixou clara sua posição contrária às investigações da Operação Lava-Jato, conduzidas por braços do Ministério Público Federal nos estados. Certa vez, em transmissão ao vivo ao lado de juristas do grupo Prerrogativas, composto por profissionais do Direito críticos à operação, ele afirmou ser preciso “corrigir rumos” no MPF para que o “lavajatismo” deixasse de existir: — A correção de rumos não significa redução do empenho no combate à corrupção. Contrariamente a isso, o que nós temos aqui na casa é o pensamento de buscar fortalecer a investigação científica e, acima de tudo, visando respeitar direitos e garantias fundamentais.

Foto: Carlos Moura/STF

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