A produção de algodão no Brasil passou por grandes transformações nos últimos anos. Na Bahia a expectativa é de alta, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene). Segundo os números a produção de algodão em pluma da Bahia deve alcançar 598 mil toneladas na safra 2022/2023, 15% a mais que a safra anterior. A área dedicada à cultura aumentou quase cinco mil hectares no período. A produtividade, que relaciona as toneladas colhidas por hectare, teve aumento de 13%.
Maior exportador da região tanto em valor como em volume, a Bahia responde por quase 70% de participação nas exportações do produto. No acumulado de janeiro a junho de 2023, as exportações baianas alcançaram 53,4 mil toneladas de algodão em pluma e o montante de 99,2 milhões de dólares. Bahia, Maranhão e Piauí são os principais produtores e exportadores de algodão do Nordeste e a Bahia é o segundo maior produtor nacional, atrás apenas do Mato Grosso. O Brasil é o quarto produtor e segundo exportador mundial, com previsão de recorde de produção do algodão em pluma em mais de três milhões de toneladas, aumento de 18,7% em relação à safra 2021/2022 e 58,1 mil hectares em área, acréscimo de 3,6%. A fibra era produzida em São Paulo e no Paraná em pequenas propriedades e colhida manualmente.
Na época, a praga acabou com a produção e o País passou a ser importador de algodão nos anos 1990, conta Miguel Faus, presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). A volta às exportações ocorreu com o cultivo do algodão no Centro-Oeste, em grandes propriedades, com colheita mecanizada.
A partir dos anos 2000, os agricultores do Centro-Oeste começaram a plantar algodão como segunda safra, em rotação com o milho. “No Mato Grosso, que é o maior produtor, 80% do algodão hoje é plantado em segunda safra”, diz o presidente da Anea.
Na produção, o Brasil vai passar os EUA no ano safra 2023/2024, segundo o departamento de agricultura dos Estados Unidos (USDA). A produtividade do algodão brasileiro é hoje de 1.900 quilos por hectare, mais que o dobro da dos Estados Unidos (900 quilos por hectare). “Na próxima safra, deveremos ter incremento de área de algodão, pois os preços estão bons, a produtividade é excelente e o milho está hoje com margem negativa”, observa Faus.
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