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HOSPITAIS REGISTRAM AUMENTO NO NÚMERO DE PACIENTES CARDÍACOS

João Paulo - 21/09/2023 13:08

De acordo com o Ministério da Saúde, as doenças do coração são responsáveis por 30% dos óbitos no Brasil, o equivalente a 400 mil mortes por ano. Além disso, 14 milhões de pessoas possuem alguma doença cardiovascular no país atualmente. Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstram que o cenário brasileiro está em linha com o mundial, na medida em que a instituição aponta que 32% do total de mortes do mundo são decorrentes de problemas cardiovasculares.

A realidade dos hospitais e clínicas de Cardiologia refletem esse panorama trazido pelos números. Nivaldo Filgueiras, coordenador da Cardiologia do Hospital Mater Dei Salvador, destaca que nos últimos anos houve um aumento dos atendimentos decorrentes de insuficiência cardíaca, condição que está ligada à evolução de diversas doenças cardiovasculares, tais como o infarto agudo do miocárdio, a hipertensão arterial e o acidente vascular cerebral.

O médico ainda destaca a importância de que os hospitais mantenham altos índices de excelência de assistência e áreas dedicadas ao tratamento e monitoramento de pacientes. “Atento a isso, o Hospital Mater Dei de Salvador encontra-se muito apto do ponto de vista tecnológico e também através da equipe de profissionais da saúde, em especial, a Cardiologia, que estão prontamente preparados para atender as principais emergências cardiológicas”.

A agilidade da equipe hospitalar também é essencial para evitar complicações e óbitos. Um dos indicadores que orienta a excelência no atendimento dos hospitais em casos de emergências cardíacas é o Tempo Porta-Balão, índice que analisa o tempo dispensado desde a chegada do paciente à porta do Hospital (tempo Porta), até a abertura da coronária culpada pelo infarto (tempo Balão – nome do dispositivo usado para efetiva abertura da artéria). Quanto melhor os indicadores do hospital nesse quesito, menores são as chances de agravamento do caso.

O novo perfil dos cardíacos

A maior incidência de casos de problemas cardíacos em mulheres e jovens demonstra que o perfil de pacientes com esse tipo de problema tem mudado nas últimas décadas. Segundo o Global Burden Disease (GBD), estudo elaborado em parceria com sociedades médicas e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBD), a incidência de problemas cardíacos entre mulheres de 15 a 49 anos saltou de 7 mil casos para cada 100 mil habitantes na década de 1990, para 11,6 mil casos em 2019, um aumento de 62%.

A realidade dos jovens adultos também se agravou nas últimas décadas. De acordo com o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), os casos registrados mensalmente no país quase dobraram nos últimos 15 anos, com um aumento de 160% na média de internações.

Segundo o cardiologista do Mater Dei Salvador, os dados refletem a maior exposição desses dois grupos a fatores de risco como a incorporação de hábitos não saudáveis ao cotidiano, como alimentação inadequada, tabagismo, sedentarismo, alcoolismo e estresse, além do aumento da prevalência de diabetes e obesidade na população de maneira geral.

“Apesar de presenciarmos uma redução no tabagismo no Brasil nos últimos anos, atualmente existe uma preocupação no estilo de vida, principalmente dos jovens, nos hábitos alimentares, no estilo de vida e uso de novas substâncias como os vapes, que possuem diversos químicos, incluindo o excesso de nicotina. Essa e outras práticas podem ocasionar na dependência e num futuro próximo uma progressão acelerada da doença neste grupo. No entanto, independente do grupo populacional, é necessário a prevenção por meio de um estilo de vida mais saudável para manter a saúde do coração”, finalizou Nivaldo.

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