Sob a expectativa da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente falou sobre o que espera do depoimento de Cid. Bolsonaro fez uma cirurgia para corrigir hérnia de hiato e desvio de septo, em São Paulo.
“O Cid era de confiança. Tratava das minhas contas bancárias. Um supersecretário. Mas ele não participava de nada. Ele foi pessoa de minha confiança ao longo dos quatro anos [de governo]. Fez um bom trabalho. E tinha aquela vontade de resolver as coisas. O telefone dele, por exemplo, eu chamava de muro das lamentações. Não só militares, mas civis que queriam chegar a mim, vinham através dele”, disse em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.
A entrevista foi concedida na presença dos advogados Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação de seu governo, e Paulo Cunha Bueno, além de um assessor pessoal. Para justificar a ausência de Cid em compromissos oficiais, Bolsonaro deu como exemplo encontros com os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Donald Trump, dos Estados Unidos.
“Éramos eu e o intérprete. Ele [Cid] nunca estava [presente nas conversas]. Ele agendava, ali, os horários de encontros com chefes de Estado, com ministros, com autoridades, com comandantes de força. Mas nunca participou dessas reuniões. Quando você conversa com os [generais] quatro estrelas, não fica nenhum tenente-coronel do lado. Até mesmo por uma questão de hierarquia”, explica Bolsonaro.
Foto: Alan Santos/PR