A economia da zona euro cresceu pouco no segundo trimestre do ano, ficando aquém das estimativas anteriores, uma vez que o consumo interno estagnou e as exportações se enfraqueceram. O Produto Interno Bruto do bloco cresceu apenas 0,1% de abril a junho, mostraram dados finais da agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, nesta quinta-feira.
Estimativas oficiais anteriores colocavam o crescimento em 0,3%, e esperava-se que a taxa permanecesse nesse nível, segundo economistas consultados pelo The Wall Street Journal. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a economia cresceu 0,5% no segundo trimestre, abaixo da estimativa anterior de 0,6%.
No primeiro trimestre, o PIB cresceu à mesma taxa de 0,1%, de acordo com um valor revisto em alta que anteriormente mostrava estagnação. O consumo das famílias estagnou no período e ofereceu “contribuições insignificantes para o crescimento do PIB na área do euro”, disse o Eurostat, sugerindo que as taxas de juro elevadas e a inflação continuam a apertar as carteiras dos consumidores.
Entretanto, as exportações caíram em comparação com o ano anterior, após a estagnação do trimestre anterior, atuando como o maior obstáculo ao crescimento global.
A produção no bloco de 20 membros foi prejudicada pela estagnação na poderosa economia da Alemanha, onde as exportações e a produção industrial tradicionalmente fortes enfraqueceram. Entre outras grandes economias, a França e a Espanha cresceram acima das expectativas no trimestre, enquanto a economia da Itália caiu em relação ao mês anterior.
Após um crescimento marginal no segundo trimestre, a economia da zona do euro deverá estagnar ou piorar no futuro, alertam os economistas. Dados recentes e sombrios provenientes de pesquisas de gestores de compras sugerem que a produção poderá contrair 0,5% no período de julho a setembro, escreveu a Pantheon Macroeconomics numa nota recente. A confiança dos consumidores também enfraqueceu no bloco nos últimos meses.
Para o ano como um todo, o BCE espera que a economia se expanda 0,9% em comparação com o ano anterior, embora esta previsão possa ser ajustada para baixo quando o banco central publicar novas estimativas macroeconômicas na próxima semana.
Fonte: Valor PRO e Valor Investe – Foto: Getty Images