Especialista em estratégia política, com experiência na organização em mais de 200 campanhas ao longo de sua carreira, o marqueteiro baiano Robson Wagner analisou a estratégia política adotada por ACM Neto (UB) na última eleição, em 2022.
Na ocasião, o ex-prefeito de Salvador chegou a liderar as pesquisas, mas foi surpreendido pela evolução de Jerônimo Rodrigues, que ganhou o pleito estadual. Segundo o publicitário baiano, o excesso de confiança de Neto acarretou numa campanha “fria” e de “auto infringência”.
“A campanha teve um problema de auto infringência. Tinham erros na campanha, ela era fria e faltava literalmente um marqueteiro, para ser um olhar de fora e desapaixonado capaz de dizer aquilo até que o candidato não gostaria de ouvir. Eu diria que na campanha dele faltava sentimento. A decisão do voto, inevitavelmente passa pelo coração. É uma decisão que não é racional”, opinou, em entrevista ao podcast da Rádio Metropole.
Ainda de acordo com Robson Wagner, outro ponto nocivo para campanha foi a falta de posicionamento de ACM Neto diante da polarização que o Brasil vivia entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
“Ele ficou nessa coisa do qualquer lado eu vou. Não sei se foi um erro, mas uma coisa é fato: não foi o acerto. Quem ganha uma campanha nem sempre é quem acerta mais, e sim quem erra menos e o excesso de confiança favorece que os erros aconteçam”, acrescentou.
Foto: Filipe Luiz/Metropress
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