Ainda sem data marcada, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, vai ouvir os sócios e administradores da 123 Milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, sobre a recente suspensão da emissão de passagens promocionais já compradas pelos consumidores. A decisão foi aprovada pelo colegiado nessa quarta (23), com a convocação dos gestores e a quebra de sigilo da empresa e de seus sócios, que inclui, além de Ramiro e Augusto, Cristiane Soares Madureira do Nascimento.
A suspensão da companhia, anunciada na última semana, afeta viagens já contratadas com embarques previstos para o período de setembro a dezembro deste ano. A 123 Milhas anunciou que vai devolver integralmente os valores pagos pelos clientes com correção monetária, mas por meio de vouchers. O autor do requerimento aprovado, deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade), explica que, em 2022, a 123 Milhas transformou-se na maior agência online de vendas de passagens aéreas e existe a preocupação de que o caso esteja configurado como um esquema de pirâmide financeira.
“Além disso, da forma como foi apresentado pela empresa, a venda dos pacotes de viagem era feita sem que houvesse qualquer compromisso de arcar com a responsabilidade junto a seus clientes”, afirmou.
Também foram aprovados, requerimentos para a realização de audiências pública sobre a questão da 123 milhas na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle; na Comissão de Defesa do Consumidor; e na Comissão de Viação e Transportes. Na Comissão de Defesa do Consumidor foram aprovados pedidos de debate apresentados pelos deputados Márcio Marinho (Republicanos), da Bahia, Roberto Monteiro Pai (PL), e Celso Russomanno (Republicanos).
Foto: Montagem/Seu Dinheiro