O Mubadala Capital, que controla a Refinaria de Mataripe na Bahia, e é gestora de private equity do fundo soberano de Abu Dhabi, já comprou três faculdades de medicina no país, duas delas na Bahia. Atualmente, o fundo é dono das faculdades FTC, localizada na Av. Paralela, e da Unesul, em Eunápolis, ambas com cursos de Medicina. O grupo investiu cerca de R$ 20 milhões na construção de campus próprio em Salvador para os alunos de medicina.
Até então, eles dividiam a mesma unidade com os estudantes das demais graduações da FTC. A Medicina FTC conta com laboratórios e uma clínica-escola própria, que realiza atendimentos gratuitos em mais de 20 especialidades médicas, inclusive pediátricas.
A estratégia do Mubadala é ter uma operação de cursos de medicina totalmente apartada das instituições de ensino que venderam os ativos ao fundo. Com esse propósito, o Mubadala acabou de criar uma nova bandeira para suas faculdades na Bahia, que foi batizada de Zarns.
Thiago Sayão, presidente da Clariens Educação, nome da divisão do Mubalada Capital que atua com educação médica, disse, ao jornal valor Econômico, que pretende ter mais de 1 mil vagas de medicina no Brasil. Segundo Sayão, o nome Zarns foi escolhido devido à facilidade de pronúncia em diferentes idiomas. Um dos trabalhos do executivo é fechar parcerias com hospitais, instituições de saúde e de educação internacionais para desenvolvimento de estudos e pesquisas.
Segundo ele, há em andamento conversas, por exemplo, com hospitais de Abu Dhabi e dos Estados Unidos e com a universidade Johns Hopkins. No Brasil, uma de suas parcerias é com a Fiocruz.
O Mubadala comprou também faculdade Imepac, localizada na divisa de Goiás com Minas Gerais. O Brasil é o único país em que o fundo soberano árabe — cujo patrimônio global sob sua gestão é de cerca de US$ 280 bilhões — tem negócios no setor de educação. (VE)