O hacker Walter Delgatti Netto afirmou que “orientou” a íntegra do conteúdo do relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em novembro de 2022, após as eleições presidenciais. O hacker preso pela Polícia Federal (PF) depõe nesta quinta-feira (17) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro.
Segundo Delgatti, ele não escreveu o texto em si, mas foi ele quem chegou a essas conclusões e as transmitiu aos técnicos do Ministério da Defesa.“Eu apenas não digitei, mas fui eu quem fez ele, porque tudo que consta nele foi orientado por mim”.
Segundo ele, o trabalho junto aos militares foi uma ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro após uma reunião no Palácio da Alvorada no dia 10 de agosto de 2022, que teria durado cerca de 1h30.
O pedido de Bolsonaro teria sido questionado pelo coronel Marcelo Câmara, que acompanhava a reunião, ainda segundo o depoente. “Ele contrariou. Ele disse: ‘Não, mas lá (no Ministério) é complicado’. E o Bolsonaro disse: ‘Não, isso é uma ordem minha. Cumpra’”, descreveu Delgatti, acrescentando que o ex-presidente teria oferecido o indulto a ele em troca do serviço. O hacker estava com medidas cautelares devido à Operação Spoofing, que apurou a invasão de celulares de procuradores da Operação Lava Jato.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Fonte: Agência Brasil