O presidente Lula (PT), deu um sermão na administração do Rio, ao comentar a morte de um garoto de 13 anos, na Cidade de Deus, durante ação da Polícia Militar. As críticas não foram bem recebidas pelos aliados do governador carioca, Cláudio Castro (PL), que citaram os índices de violência na Bahia, como comparativo.
“Nós precisamos criar condições de a polícia ser eficaz e estar pronta para combater o crime. Mas essa polícia tem que saber diferenciar o que é um bandido e o que é um pobre que anda na rua. E para isso ela tem que estar bem formada”, afirmou o presidente, dando as costas para a plateia e virando-se para Castro.
Embora o governador do Rio tenha se mantido calado e apenas tenha esboçado desconforto com a situação, seus aliados próximos classificaram a declaração como “desnecessária”, segundo informações da coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo.
“Quero ver ele falar que, das 20 cidades mais violentas do Brasil, 12 estão na Bahia, governada por um petista”, disse um dos aliados de Castro, mencionando o cenário baiano.
Apesar da bronca de pessoas próximas ao governador Cláudio Castro, a violência policial na Bahia não passou despercebida pelo governo federal. Recentemente o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, acionou a ouvidoria da pasta para apurar as mais de 30 mortes em confronto com a polícia no estado.
Ainda segundo a coluna, o entorno do gestor fluminense avalia que Lula “se empolgou” com o próprio discurso e que depois chegou a perceber o mal-estar, emendando que não “jogava culpa” em nenhum governador.
Foto: Mauro Pimentel/AFP