Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a queda do lucro da companhia na comparação entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, não deve ser atribuída à mudança na política de preços. Para ele, o principal fator para a queda é a variação da cotação do barril de petróleo tipo brent. Apesar da redução, o presidente da estatal considera que o resultado do segundo trimestre foi positivo. Conforme os dados, foi registrado um lucro líquido de R$ 28,8 bilhões no período. Contudo, na comparação com o primeiro trimestre do ano, houve uma queda de 24,6%.
“É bom que se diga que a queda se deve à variação do preço do petróleo tipo brent e das margens internacionais, especialmente a do diesel. Eu faço aqui essa colocação porque eu vi várias pessoas já imputando ou tentando atribuir o resultado à política de preço. É absolutamente desconexa essa linha de raciocínio. Nós tivemos uma queda brutal do brent. Estamos numa outra circunstância. Essa circunstância atinge por igual as nossas empresas-irmãs, tanto privadas quanto estatais”, explicou Jean Paul Prates.
O presidente da Petrobras também mencionou as tratativas entre Brasil e Bolívia sobre o gás natural.
“Temos tratado isso de forma quase diplomática. Temos muito interesse como empresa em voltar a ser um player importante da Bolívia, sobretudo na produção de gás. Nós consideramos geopoliticamente importante porque é um país vizinho que tem reservas de gás. Devido a circunstâncias internas e decisões em relação ao regime fiscal e contratual, eles tiveram uma queda nessa atratividade. Como decorrência disso, houve uma queda também na própria produção e na própria reposição de reservas de gás”, afirma.
De acordo com Jean Paul, a exploração e produção no país vizinho deve ser considerada. Existe também expectativa de evoluir em tratativas com a Argentina, embora nesse caso envolva questões estruturais mais complexas, pois não ainda há um gasoduto ligando o Brasil ao país argentino.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil