A queda da inflação fez o Banco Central (BC) cortar os juros pela primeira vez em três anos. O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano.
A decisão foi tomada por 5 votos a 4, surpreendendo a parte do mercado financeiro que esperava um corte de 0,25.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores Ailton de Aquino Santos (Fiscalização), Carolina de Assis Barros (Administração), Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Otávio Damaso (Regulação) votaram por uma redução de 0,5 ponto percentual.
Já os diretores Diogo Guillen (Política Econômica), Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais), Maurício Costa de Moura (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Renato Dias Gomes (Organização do Sistema Financeiro) votaram pelo corte de 0,25 ponto percentual.
A última redução da Selic havia ocorrido em agosto de 2020, de 2,25% para 2% ao ano. Em contrapartida, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas.
“O Comitê avalia que a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”, disse o Banco Central em nota enviada à imprensa.
De acordo com o texto, foram considerados os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis.
“Essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, explicou.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil