A ministra do Planejamento, Simone Tebet, ficou sabendo da indicação do economista Márcio Pochmann para a presidência do IBGE, órgão vinculado ao seu Ministério, pela imprensa, após o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, anunciar a mudança ontem a jornalistas.
Ao falar com a imprensa na entrada do Ministério da Fazenda, onde foi se reunir com seu colega da Fazenda, Fernando Haddad, para anunciar cortes no orçamento, Tebet afirmou que a mudança no comando do IBGE já havia sido decidida no Ministério do Planejamento e no Palácio do Planalto. Ela afirmou ainda que foi avisada que havia um desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fazer uma indicação pessoal para o IBGE, mas não perguntou por nomes.
“O presidente não me fez um pedido até hoje, nada mais justo que atender o pedido do presidente Lula, independentemente do nome, que ele não havia me apresentado”, destacou a ministra. “O ministro Pimenta, não sabendo que na reunião que havíamos tido com o presidente não havíamos citado nomes, anunciou preliminarmente e já está colocado, e será oficializado na semana que vem na reunião que teremos com o presidente Lula”, afirmou. Diante das críticas ao nome de Pochmann, Tebet reforçou que “acataremos qualquer nome que venha”, acrescentando que “o nome será este, confirmei com a Casa Civil, com o ministro (Alexandre) Padilha”.
O próximo passo, disse a ministra, será marcar uma reunião na semana que vem “com o economista e professor da Unicamp Márcio Pochman, agora sei o nome dele e terei o prazer de atender o pedido do presidente Lula”. Tebet afirmou ainda que “não faço pré-julgamentos, vou ouvi-lo primeiro, tem um lado que traz questionamentos, mas a conversa será técnica e Pochman continuará no IBGE enquanto estiver atendendo a sociedade brasileira”, disse a ministra. Ela encerrou a entrevista anunciando que fará um corte de R$ 2,6 bilhões no orçamento do Ministério da Fazenda e que estava indo comunicar a redução ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Tebet disse ainda que o Ministério do Planejamento também fará um corte de 30% em suas despesas discricionárias.
Foto: NELSON ALMEIDA / AFP