A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, chegou em Salvador na manhã desta quarta-feira (19) para participar a abertura do primeiro encontro regional “Abre Caminhos”, iniciativa que tem como objetivo ouvir lideranças e comunidades tradicionais de matriz africana e povo de terreiro para elaborar as políticas de enfrentamento ao racismo religioso que atinge fiéis de religiões afro-brasileiras em todo o país. No local, a ministra realizou um discurso sobre a importância do combate ao racismo na sociedade.
De acordo com Anielle, as pessoas se espantam devido à quantidade de pessoas pretas capacitadas à entrar no mercado de trabalho, e que não encontram oportunidade. Por isso, ela defende cotas raciais e afirma que uma das formas de combater o racismo, é fortalecer o povo negro e sua ancestralidade.
“A gente precisa que os nossos caminhos sejam abertos, mas que não sejam passageiros, porque a política vai passar mas a gente precisa cada vez mais fortalecer e fincar os nossos passos pro futuro. A gente sabe que a gente é guiado pela ancestralidade e a gente precisa cada vez mais fortalecer os nossos passos pra que as próximas gerações possam viver uma vida mais digna e melhor nesse país”, avalia a ministra.
Segundo ela, o principal motivo da existência do Ministério da Igualdade Racial é a forma como as minorias étnico-raciais são tratadas no país. “É por isso que é importante a gente estar em todos os lugares onde tem população negra desse país. É por isso que tem que estar nos quilombos. Tem que estar na Bahia. Quantas vezes for chamada tem que vir. E eu quero dizer pra vocês que a gente tem lutado diariamente pra que a gente possa garantir todas as prioridades que o nosso povo tem e precisa”, disse.
Anielle pontuou ainda as medidas que tem tomado desde que assumiu o ministério. Ela destacou uma lista de emergências com pautas como combate a fome, ao racismo religioso, a intolerância religiosa, além de empregabilidade, educação e enfrentamento do genocídio.
“Enquanto a gente tiver sangue correndo nas nossas veias, enquanto a gente tiver força pra lutar, a gente vai estar, até o último dia, fortalecendo esse legado, não só de Marielle, de Dandara, mas de todas que estão aqui. É preciso honrar as mulheres enquanto elas estão vivas”, finalizou.
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