A sustentabilidade, e em especial o ESG, que são padrões e boas práticas que visam definir se uma organização é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada, tornou-se centro da discussão nos ambientes corporativos e acadêmicos. Mas desta vez de uma forma mais abrangente. São dezenas de eventos em todos o país rico em falas de efeito sobre sustentabilidade e dos males que o ser humano causou e causa ao planeta. Apesar de que é sempre positivo o crescimento das discussões sobre sustentabilidade e seus subtemas, o que proporciona um maior entendimento sobre a causa, no entanto, como esperando, todo movimento corporativo que entra na moda traz consigo o risco da superficialidade e de distorções conceituais.
Até porque as ações de sustentabilidade ou da agenda ESG não se resumem a trocar copos descartáveis por canecas de louça, por exemplo. “Quem acha que se limita a isso, corre um sério risco de ser impactado com o greenwashing, que são as práticas que visam transmitir uma imagem falsa ou de forma superficial do que é a sustentabilidade. O risco de imagem é alto e pode transformar uma boa ação em uma crise”, destaca Augusto Cruz, especialista em ESG e Sustentabilidade.
Há ainda uma corrida para implantação de agendas ESG em todo e qualquer evento, ambiente ou empresa. Mas é importante ressaltar que o ESG é um conceito que advém do mercado financeiro, até porque há investimentos e fundos ESG. Importante destacar também que enquanto a agenda de sustentabilidade visa múltiplos públicos, a agenda ESG visa aos investidores. Se as organizações de todo e qualquer porte resolverem criar ações ESG com o propósito de ter um mundo melhor, a pauta pode ser mais difundida e aproveitada. No entanto, se forem ações superficiais, a tendência é que desapareçam tão rapidamente o modismo.
“Felizmente as agendas de sustentabilidade e ESG vieram para ficar. O cenário global e nacional traz mais e mais regulações para mitigar ou reduzir os impactos das empresas no meio ambiente e, com isso, tentar reduzir as consequências das mudanças climáticas”, explica Cruz. Os recentes decretos do presidente da República, publicados no dia 5 de junho, são uma amostra e uma preparação para o que está por vir. As determinações tratam da governança estatal sobre temas ambientais e que já dão um sinal de que a regulação sobre emissões e o mercado de carbono estão próximas de acontecer.
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