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TÉCNICOS EXALTAM PREPARAÇÃO DE WHINDERSSON NUNES PARA LUTA DE BOXE

João Paulo - 14/07/2023 10:37

Para os fãs mais saudosistas da “nobre arte”, o torneio High Stakes de boxe entre celebridades é apenas uma brincadeira. Para a maioria de seus participantes, talvez seja mesmo. Mas para Whindersson Nunes, é algo sério. Tão sério que ele bloqueou uma agenda lotada de shows e festas para mergulhar nos treinos e viver uma vida de atleta.

Quem diz isso não é só ele, são os treinadores que o acompanham diariamente. Experientes no mundo das lutas, o brasileiro Caio Franco e o cubano Elieser Medina abonam a entrega do humorista na preparação para enfrentar King Kenny nas semifinais do torneio, neste sábado – a luta tem transmissão exclusiva do Combate e TV Globo.

– Defino ele como um atleta um milhão por cento. Ele vive, respira e come boxe 24 horas por dia. Ele faz dieta, ele treina como atleta, segue a hierarquia, segue ordens, não discute e aprende. Ele é humilde, abre mão das coisas de um jovem de 28 anos de querer se divertir em festa, sair, beber. Quando não está treinando, está vendo vídeo, ou vendo algum highlight; quando não está vendo isso, ele fica andando pela casa fazendo sombra de boxe para lá e pra cá. Vejo o Whindersson hoje como um atleta, não vejo nem como artista neste período – relata Franco.

Caio é o treinador principal de Whindersson e trabalha com o comediante há seis anos. Ele estava lá quando o artista começou a se encantar pelo boxe e a impressionar pela mudança no seu porte atlético. Também o acompanhou quando o piauiense decidiu fazer o que muitos julgavam uma loucura em 2022: enfrentar o tetracampeão mundial de boxe Acelino “Popó” Freitas numa exibição.

O objetivo de Whindersson, porém, era se testar num torneio, com lutas à vera, e isso se concretizou quando ele acertou com a Kingpyn para participar do High Stakes. A partir daí, Caio decidiu trazer Elieser Medina, um treinador cubano com 25 anos de experiência como professor e passagens por Venezuela e Uruguai. A ideia era trabalhar os fundamentos de Whindersson para que ele alinhasse seu boxe.

Medina não conhecia o trabalho do humorista, mas sabia que ele era artista. Chegou a ficar receoso sobre como ele responderia a um trabalho com muita ênfase em repetição e detalhes. Mas Whindersson rapidamente se mostrou um aluno exemplar. – Pensei que seria um pouco mais difícil adaptar meu treino de boxe com um personagem como Whindersson, que é famoso e tinha lutado com um tetracampeão mundial. Mas foi o contrário, cheguei e perguntei se ele queria aprender, e ele disse que sim. Começamos com um treino básico de boxe, que nem todo mundo gosta de fazer. Ele acatou tudo, repetia, voltava a repetir, e por isso teve esse avanço tão rápido, as pessoas viram o Whinderson diferente (na última luta). É porque ele focou em pegar muito rápido os fundamentos do boxe – diz Medina. – Há três elementos fundamentais no esporte: a frequência, a intensidade e o volume, e ele consegue cumprir os três – elogia o cubano.

Após a vitória sobre o rapper polonês Filipek na primeira rodada do torneio, o treinamento evoluiu – não só tecnicamente, mas em estrutura. Whindersson e sua equipe alugaram uma casa em Dublin, sede da luta deste sábado, e se isolaram lá por 40 dias, para um camp digno de um lutador profissional. – A gente organizou toda a estrutura de treino dele como atleta. Ele faz dois treinos por dia, o primeiro treino é de preparação física e o segundo é só de boxe, ele faz sparring duas vezes por semana. Agora nessa reta final, ele está fazendo dois treinos de boxe por dia e ele já está cortando o peso, fazendo sauna, bebendo uma quantidade alta de água, a gente vai diminuindo essa quantidade esta semana pra ele bater o peso. A gente fez todo o processo de perda de peso como um atleta – conta Franco.

Para a luta, Whindersson terá de bater 77,1kg, e está baixando de um peso de aproximadamente 82kg. A pesagem e a coletiva de imprensa acontecem nesta sexta-feira; Combate e Combate.com transmitem ao vivo e o site acompanha em Tempo Real a partir de 14h (horário de Brasília). – Ele está comendo como um atleta, treinando como um atleta e sofrendo como um. Ele não tem nenhum privilégio por ser o Whindersson Nunes, até porque ele ser o Whindersson não vai mudar nada no corte de peso dele. Ele está passando 100% o que um atleta passa – explica.

Por essa dedicação, os dois treinadores acreditam que, caso desejasse, Whindersson poderia até se profissionalizar no boxe no futuro. – A gente fala bastante nisso. Tenho certeza que sim, todas as pessoas que convivem com ele ou já treinaram com ele sabem da potência que ele tem na mão, da agilidade que ele tem, a mão pesada e a força de vontade, que para mim são os quatro pilares que um atleta precisa ter. Ele vive como um atleta profissional e tenho certeza que qualquer atleta profissional que tenha o mesmo nível de tempo dele no boxe, o Whindersson bate de frente de igual para igual – analisa Franco. – Não tenho dúvida disso. Ele tem o que ele quiser fazer. Se quiser seguir no boxe, com certeza vai conseguir mais do que possamos imaginar – decreta Medina.

Whindersson Nunes entre Elieser Medina (esq.) e Caio Franco (dir.), seus treinadores — Foto: Divulgação

 

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