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REFORMA TRIBUTÁRIA TEM APOIO DE NOMES FORTES LIGADOS AO GOVERNO BOLSONARO NO SENADO

João Paulo - 10/07/2023 06:55 - Atualizado 10/07/2023

O projeto da reforma tributária é um dos grandes e mais importantes projetos da economia e do governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT). Aprovado na câmara (Veja aqui) o texto já chega ao senador federal com apoio de grandes nomes do governo Bolsonaro, como o vice presidente antigo, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e o ex- ministro da Justiça Sérgio Moro, que afirmou que vai tentar melhorar o texto mas não foi contra ele.

Outros nomes também já mostraram apoio ao projeto. Dentre eles: o ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN), e o ex-líder do governo Carlos Portinho (PL-RJ) ressaltam a importância da medida, embora defendam mudanças no texto formulado pelos deputados. A oposição ao tema na Casa deve ficar restrita à ala mais radical do bolsonarismo, como a ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-secretário Jorge Seif (PL-SC), que já anteciparam o voto contrário, em linha com o que prega o ex-presidente.

Líder da oposição no Senado, Marinho afirma ser equivocado afirmar que o PL, seu partido, é contra a reforma e atribui a divergência na Câmara à falta de tempo para discutir o texto final da proposta, debatida há décadas no Congresso. Apesar da orientação contrária, 20 dos 99 deputados da legenda votaram a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

— O PL nunca foi contra uma reforma tributária, inclusive, apresentou os primeiros projetos que serviram de gênesis para que essa reforma fosse votada— afirmou o senador, que fica em cima do muro quando questionado se votará contra ou a favor da medida no Senado: — A princípio eu preciso ler. O projeto foi apresentado na Câmara com uma série de mudanças feitas de última hora e, até onde eu saiba, nenhuma das alterações o governo estudou o impacto.

O líder do PL no Senado, Carlos Portinho, contudo, evita dizer se o partido seguirá a posição de Bolsonaro, presidente de honra da legenda, e disse já ter encomendado estudos para subsidiar a bancada nas discussões. —Ninguém é contra a Reforma Tributária. Discutimos muito lá atrás, no governo passado. O que falta mesmo é todos os setores que estão envolvidos, que é a sociedade civil, entender qual é o impacto dessa proposta — afirmou ele.

Mesmo entre os senadores mais alinhados a Bolsonaro, como Damares, a posição contrária à proposta não está fechada. Segundo ela, é preciso avaliar o texto com calma. — A tendência nesse momento é votar contra, mas ainda quero estudar o que foi aprovado pela Câmara — disse Damares.

As divergências públicas entre Bolsonaro e Tarcísio eclodiram uma crise entre nomes que integravam a base de apoio do bolsonarismo, isolando o ex-presidente. Após o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), criticar a postura de “extrema-direita” do ex-aliado, ontem foi a vez do senador Ciro Nogueira (PP-PI), ministro da Casa Civil no governo passado, passar seu recado. Sem citar nomes, afirmou que a “democracia não é uma guerra entre inimigos”, mas sim “um terreno coletivo para o exercício da divergência”. Nogueira é presidente do PP, mesmo partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), que articulou a aprovação da reforma, e do relator da PEC, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB).

Nas redes sociais, tanto Pereira quanto Tarcísio passaram a ser atacados por integrantes da ala mais radical do bolsonarismo, como o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado Ricardo Salles (PL-SP). As discussões acaloradas sobre o impacto da reforma fizeram com que o senador Sergio Moro (União-PR), outro ex-ministro de Bolsonaro, adotasse cautela. Após defender o voto “sim” de sua mulher, a deputada Rosângela Moro (Podemos-PR), na Câmara, ele agora afirmou que pretende tentar melhorar o texto antes de definir se apoiará ou não: — Agora que há um texto definido haverá melhores condições de discuti-lo profundamente com a sociedade e os pares. A intenção é aprimorá-lo com emendas, votar contra ou a favor depende do resultado final.

Mesa Diretora – Miguel Ângelo/Divulgação

 

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