A partir de 2025, o regime de metas de inflação brasileiro passará a ser contínua, com horizonte mais alongado. O anúncio foi feito no final da tarde desta quinta (29), em Brasília, pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet. Os dois gestores integram o Conselho Monetário Nacional (CMN), junto com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que durante o dia elogiou o novo modelo.
O órgão manteve as metas de 2024 e de 2025 em 3%, com a mesma margem de tolerância (1,5 ponto percentual, para baixo ou para cima). O CMN também fixou a meta de inflação para 2026 e 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5 ponto percentual e 4,5 ponto percentual. A diferença é que, a partir de 2025, a apuração do cumprimento da meta passará a obedecer a um prazo maior que um ano.
Segundo Haddad, os detalhes ainda serão definidos em decreto a ser editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Por tudo que está acontecendo, a partir de agosto temos condições de ter um corte consistente das taxas de juros. Os indicadores estão mostrando convergência. Temos razões para preocuparmos com a desaceleração [da economia]. Queremos garantir para a sociedade um 2024 melhor que 2023. Praticar juros na casa de 9% reais ao ano é algo que deveria ser revisto pela sociedade, à luz dos indicadores”, declarou Haddad.
Fonte: Agência Brasil / Foto: José Cruz/Agência Brasil