De acordo com as informações fornecidas, o Governo Central registrou um déficit primário de R$ 45 bilhões em maio deste ano. Esse déficit é a diferença entre as receitas e as despesas do governo, excluindo os gastos com juros da dívida pública. Dos R$ 45 bilhões de déficit, R$ 10,4 bilhões foram gerados pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central, enquanto R$ 34,7 bilhões foram gerados pela Previdência Social.
Comparando com maio de 2022, o resultado primário observado em maio de 2023 é explicado por um aumento real de 14,3% (R$ 18,1 bilhões) na receita líquida e um aumento real de 13,3% (R$ 22,2 bilhões) nas despesas totais. A receita líquida foi impulsionada principalmente pela redução nas transferências por repartição de receitas, que apresentaram um déficit de R$ 11,4 bilhões. Isso ocorreu porque, em maio de 2022, foram feitas transferências de recursos a estados e municípios relacionadas a bônus de assinatura decorrentes da segunda rodada da cessão onerosa, o que não ocorreu em maio de 2023.
Quanto às despesas totais, houve quatro motivos principais para o aumento. O primeiro motivo foi o aumento nos pagamentos de sentenças judiciais e precatórios, que contribuiu com R$ 15,7 bilhões. Isso ocorreu devido a diferenças no cronograma de pagamentos em 2023 e 2022, sendo que em 2022 os pagamentos ocorreram principalmente em junho e agosto.
O segundo motivo foi o aumento de R$ 8,9 bilhões nas despesas obrigatórias com controle de fluxo, principalmente relacionado ao pagamento de benefícios do Bolsa Família. O terceiro motivo foi o acréscimo de R$ 5,3 bilhões nos pagamentos de abono salarial e seguro-desemprego, devido ao cronograma de pagamento desses benefícios concentrado nos primeiros meses de 2022, enquanto em 2023 os pagamentos estão previstos para ocorrer entre fevereiro e julho.
Por fim, o quarto motivo foi a redução de R$ 10,1 bilhões nas despesas de benefícios previdenciários. Essa redução se deve principalmente ao calendário de pagamento de parcela do 13º salário de aposentados e pensionistas, que teve uma queda de R$ 22,0 bilhões, e ao aumento no pagamento de sentenças judiciais e precatórios de benefícios previdenciários, que teve um aumento de R$ 9,5 bilhões. ( Agência Brasil)
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