O estudo Perfil das Firmas Exportadoras Brasileiras, lançado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), revela que o setor de exportação no Brasil está crescendo, mas ainda enfrenta disparidades significativas entre regiões e entre empresas grandes e pequenas. Em 2020, as empresas exportadoras representavam apenas 0,88% das empresas ativas no país, totalizando 24.931 firmas.
Embora sejam poucas em número, as empresas exportadoras são responsáveis por 15% dos empregos formais no Brasil, com 5,2 milhões de trabalhadores. No entanto, o estudo destaca a concentração dessas empresas nas regiões Sul e Sudeste do país. Em 2020, 42,8% das empresas brasileiras que exportavam estavam localizadas no estado de São Paulo, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 11,1%.
Ao comparar o número de empresas com a participação desses estados nas exportações, as disparidades se acentuam. São Paulo concentra 20% das vendas externas, enquanto o Rio Grande do Sul responde por 6,7%. Por outro lado, o Mato Grosso do Sul, que possui exportações predominantemente agropecuárias, conta com apenas 0,7% das empresas exportadoras, em comparação com 2,8% do valor total exportado.
Uma das explicações para essas disparidades entre regiões está relacionada à base de dados utilizada no estudo, que se baseou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de empresas de comércio exterior. No caso dos estados com forte atividade agrícola, como o Mato Grosso do Sul, é possível que muitas empresas exportadoras sejam intermediárias (trading companies) que compram dos fazendeiros e processam as exportações. Já no setor de indústria extrativa mineral, a concentração ocorre devido ao peso das petroleiras e mineradoras no mercado, o que influencia significativamente a balança comercial.
A secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, destaca a importância desse estudo para o desenho de políticas públicas que visem aumentar o número de empresas exportadoras e promover a distribuição dos benefícios para as diferentes regiões exportadoras. Ela ressalta que a exportação faz diferença para os empregados das empresas, já que as companhias que exportam tendem a pagar salários melhores e contratar mais trabalhadores com ensino superior em comparação com as demais empresas.
No futuro, o MDIC pretende lançar uma nova edição do estudo com base nos dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que divulgará os dados de 2021. Isso permitirá uma análise atualizada da situação das empresas exportadoras no Brasil. As informações são da Agência Brasil
Foto: Reprodução Agência Brasil
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