Senador foi abordado e parado durante blitz realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições de 2022.
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques compareceu à sessão da última terça (20) na CPMI dos Atos Golpistas do dia 08 de janeiro para prestar esclarecimentos sobre as blitzes realizadas pela corporação durante o dia do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Os investigadores suspeitam que o órgão tenha direcionado as ações na Região Nordeste para atrapalhar os eleitores do então candidato e atual presidente da república, o Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante essa sessão, o senador baiano Otto Alencar (PSD) pediu a palavra e criticou o ex-diretor da PRF ao lembrar de quando foi abordado por uma equipe da PRF próximo da cidade de Feira de Santana, que fica na Região Metropolitana de Salvador (RMS). “O meu carro tinha um adesivo do presidente Lula. O número 13 no capô e eu fui parado pelo policial federal. À minha frente, tinham outros carros com o número 13 e, do lado, passava uma carreata enorme do candidato Jair Bolsonaro, que foi completamente ignorado pelo policial”, relembrou o senador.
Na ocasião, o senador disse que se identificou ao policial, que o reconheceu e o liberou após a realização da abordagem. Ainda durante a sua fala, Otto (PSD) revelou um depoimento do prefeito de Jacobina, Tiago Dias (PCdoB). Segundo ele, o gestor municipal teria mobilizado a Guarda Municipal e foi desobstruir o trecho da estrada próxima da cidade, onde ocorria outra operação da PRF.
“Um manda e o outro obedece. E foi com essa religião, com esse interesse de servir ao presidente Bolsonaro que ele [Silvinei Vasques] que está aí sentado fez isso. Como Anderson Torres fez. Como muitos fizeram. Até porque não encarna com aquilo que deveria encarnar como servidor público, que é defender o cidadão em sua integridade”, afirmou com firmeza o senador Otto Alencar (PSD).
Otto (PSD) ainda finalizou dizendo, sem generalizar, que um contingente da PRF na Bahia, estava atuando em prol da reeleição do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). “No meu estado, a Polícia Rodoviária Federal, não todo o colegiado, estava a serviço do presidente da República, para tentar eleger o presidente da República. E quem manda, quem ordena é culpado por todos esses atos que foram feitos. Quem quer desmentir isso tá se abraçando com a mentira e negando a verdade”, concluiu o senador.]
Foto: Roque de Sá/Agência Senado