Apesar das boas expectativas por parte de integrantes do Governo Federal e da bolsa de valores, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. O patamar segue em vigor desde agosto de 2022. O Brasil possui a maior taxa de juros reais do mundo (7,54%).
Foi a quarta reunião do Copom em 2023. Em todas as ocasiões, o comitê decidiu não alterar o nível da taxa básica de juros, o que tem gerado insatisfações e críticas por parte do presidente Lula (PT), e de ministros do atual governo, como o baiano Rui Costa (Casa Civil).
“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia”, escreveu o Copom.
A expectativa do mercado financeiro, divulgada nesta semana, é de que essa seja a última reunião que vai manter a taxa básica da economia no atual patamar. Na previsão de economistas das instituições financeiras, o início do ciclo de corte dos juros deve começar a partir de agosto, quando a Selic recuaria para 13,50% ao ano.
Na última segunda-feira (19), em transmissão pela internet, Lula voltou a dizer que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, precisa explicar à população por que a Selic permanece em 13,75%.
“Apenas o juro precisa baixar, porque também não tem explicação. O presidente do Banco Central precisa explicar, não a mim, porque eu já sei o porquê ele não baixa, mas ao povo brasileiro e ao Senado, [explicar] por que ele não baixa [a taxa]”, disse.
Nesta quarta (21), 51 integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República, chamado de Conselhão, se juntaram às críticas e divulgaram uma carta aberta ao presidente do Banco Central e aos diretores da instituição pedindo corte na taxa básica de juros.
Foto: Tuane Fernandes/Bloomberg