Em entrevista ao âncora Mário Kertész, na Rádio Metropole, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB) fez críticas ao Governo do Estado, cobrando uma reunião com a gestão municipal para discutir o que ele chamou de “repartição injusta da tarifa do transporte público”. Bruno chegou a afirmar ainda que o Metrô de Salvador deve se tornar o mais caro do mundo, nos próximos anos.
“É um problema grave [a situação do metrô]. Quando fechar essa conta depois da concessão, se eu não me engano em 20 ou 25 anos, vai ser o metrô mais caro do mundo”, disse o prefeito da capital baiana.
Segundo Bruno Reis, o metrô precisaria transportar 500 mil passageiros para que o próprio sistema pagasse seus custos. Ele detalhou que dos R$ 846 milhões pagos pelo Governo da Bahia à CCR, R$416 milhões foram por passageiros não transportados e R$430 milhões por obras feitas pelo metrô.
“O que for abaixo disso, o estado paga por passageiro não transportado. Essa conta está hoje perto de 330 mil ou 340 mil. E deveria ter uma demanda de 580 mil”, afirma.
Para Bruno Reis, a repartição da tarifa paga pelo passageiro é um dos fatores que fazem com que a conta do transporte público de Salvador não feche, pois 61% de cada tarifa é destinada ao metrô, enquanto 31% vai para o sistema de ônibus da capital baiana.
“Esse é o principal problema de todos os prefeitos das grandes cidades do Brasil: o transporte público sobre pneus quebrou. A conta não fecha mais. Esse segmento era um dos mais fortes da cidade, já ajudou até a decidir eleições para prefeito no passado, só que de lá pra cá tiveram diversas mudanças. Primeiro a chegada do metrô, com a repartição injusta da tarifa. O metrô fica com 61% e o sistema de transporte com 39% por cada passageiro transportado”, completa Bruno.
Questionado sobre uma definição ainda neste mês de junho para o reajuste da tarifa de ônibus da capital baiana, Bruno Reis descartou qualquer mudança no valor das passagens a curto prazo. Segundo o prefeito, a gestão municipal tem discutido ainda com as empresas, que operam o transporte, a renovação do contrato. Esse processo vem se arrastando desde o mês de fevereiro.
“Vencida essa etapa [de debate do contrato] vai ter o reajuste. Já se passaram seis meses, eu creio que não ocorrerá [definição] no mês de junho. Ainda tem uma longa discussão esse assunto”, afirmou.
Foto: Metropress/Fernanda Vilas Boas
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