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BANCO DOS EUA MANTÉM JUROS ENTRE 5% E 5,25%

Tácio Caldas - 14/06/2023 17:11

A decisão do Federal Reserve (Fed) acontece após 10 aumentos consecutivos e está em linha com o consenso do mercado.

O Federal Reserve (Fed) interrompeu o ciclo de alta de juros do país nesta quarta (14), mantendo o referencial em uma faixa de 5% a 5,25%. Essa decisão foi unanime e reflete bem as estimativas esperadas pelo mercado, além de indicar os altos níveis da inflação norte-americana e trazer dúvidas sobre possível retomada de ciclo de aperto visto anteriormente.

O monitor de juros do CME Group havia apontado que uma fatia de 97,7% do mercado apostava na manutenção da taxa, enquanto 2,3% previa uma nova alta de 25 pontos-base. Contudo, segundo nota da própria autarquia norte-americana, os “indicadores recentes sugerem que a atividade econômica segue crescendo em ritmo modesto. Os ganhos de empregos foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixo. A inflação continua elevada”, informa o comunicado que acompanhou a decisão do Fed.

A autoridade monetária norte-americana também afirmou que “manter o intervalo da meta estável nesta reunião permite ao comitê avaliar informações adicionais e suas implicações para a política monetária” e seguiu dizendo que a extensão da política que o Federal Reserve vinha adotando pode ser apropriada para fazer a inflação retornar a 2% ao longo do tempo. “O comitê levará em conta o acumulado do aperto da política monetária, as defasagens com que a política monetária afeta a atividade econômica e inflação além da evolução econômica e financeira”, afirma o banco.

Nas projeções do colegiado, que saíram junto com a decisão, há uma previsão de juros na faixa de 5,6% ao final de 2023 e que, por isso, haveria espaço para mais dois ajustes de 25 pontos-base na taxa. Isso quer dizer que, ao final de 2024, a projeção é de juros em 4,6% e de 3,4% em 2025. Apesar disso, há forças contrárias no cenário macroeconômico, afinal, existe uma desinflação acontecendo, mas com resistência de alguns núcleos.

Isso ficou provado mais uma vez na divulgação do CPI da última terça (13). Além disso, há toda uma discussão sobre risco de recessão, com vários indicadores antecedentes que sugerem esta questão, mas, por outro lado, há  também uma forte resiliência e crença no consumidor americano, o mercado de trabalho e a renda real do trabalhador do país que, apesar dos problemas segue sendo a maior potência econômica do mundo.

 

Foto: REUTERS/Joshua Roberts

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