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QUE MIAMI QUE NADA, A CIDADE DOS RICOS LATINO-AMERICANOS É MADRI

Redação - 04/06/2023 09:59 - Atualizado 04/06/2023

Que Miami que nada,  a pátria dos latino-americanos ricos agora é Madri na Espanha. E já já os brasileiros estarão na mesma vibe.Madri se tornou um novo destino para latino-americanos, é uma tendência que se acelerou na pandemia da Covid-19 em 2020. Primeiro chegam como turistas e veem o que existe e logo desenvolvem um apetite pelo mercado imobiliário, diz  Víctor Matarranz, responsável pela gestão de patrimônios do banco Santander.

A cidade começa a competir em luxo com cidade como Paris e Berlin, mas com preços menores. Com um milhão de dólares (aproximadamente R$ 5 milhões de reais) se consegue comprar 106 metros quadrados na capital espanhola, o que custa 43 vezes mais em Paris e 70 vezes mais em Berlin, de acordo com a Knight Frank.

Os recém chegados estão estimulando a economia madrilenha, mas também estão provocando mudanças na vida da cidade, que tinha uma jornada de trabalho que começava às 10 horas da manhã, parava para o almoço às três da tarde e tinha ainda a “siesta” e o jantar, que se estendiam pela noite.

Antes a cidade parava por várias horas durante o dia, isso não acontece mais – reconhece Ximena Caraza, diretora da Casa do México, um centro cultural e econômico que oferece ajuda aos mexicanos interessados em negócios na Espanha.

No bairro luxuoso de Salamanca de Madri, destinos dos ricos latino-americanos surgem novos restaurantes a um ritmo vertiginoso e estão cheios. As reservas de mesas começam às oito da noite, algo inédito em uma cidade onde as cozinhas poucas vezes começavam a abrir antes das nove da noite e na qual o almoço é servido, em grande parte, entre duas e três horas da tarde.

Para o crítico de gastronomia Gonzalo Torres, que trabalha em Madri, os recém chegados à cidade provocaram alterações na rotina dos restaurantes. “Uma mudança nos turnos de refeições e jantares com muitos espanhóis terminando de comer apenas uma hora antes de estrangeiros se prepararem para jantar”, diz Torres

As amplas e floridas avenidas do século XIX em Salamanca estão repletas de restaurantes requintados, como Ramon Freixa Madri e La Tasqueria, ambos detentores de uma estrela no guia Michelin. A região está repleta de lojas luxuosas. Também surgiu uma indústria de serviços especializada em quem pode gastar muito. Nos dois últimos anos, O banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) abriu dois escritórios em Madri para clientes de alto nível. O BBVA é dono do maior banco do México, onde o seu rival espanhol, o Santander, também tem uma grande presença.

O chefe brasileiro Sandro Silva abriu vários restaurantes em Madri, criando uma cultura gastronômica de preços mais elevados que se estendeu por outros bairros elegantes da cidade. O grupo francês Robuchon, com seu recorde de estrelas Michelin, abriu um restaurante em Madri no fim do ano passado. A chegada de um hotel Four Seasons e a reabertura do Villa Magna, da RLH Properties, empresa mexicana fundada pelo empresário Borja Escalada, reforçaram a onda de investimentos. Além disso, os centros de formação em negócios espanhóis, como IE e Iese, se tornaram opções populares entre filhos de famílias ricas da América Latina. Os mexicanos estão entre o segundo maior grupo de não europeus na IE este ano.(OG)

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