O Brasil deve alcançar neste ano uma marca na produção de urânio que permitirá atender quase a metade da demanda das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2.
A Bahia é o único estado do Brasil que tem depósito de urânio sendo explorado, no município de Caetité, onde está localizada a lavra a céu aberto da Mina do Engenho, na Unidade de Concentração de Urânio da INB. E após retomar a produção em 2020, a mina baiana vem crescendo ano a ano e produziu em 2022, cerca de 102 toneladas de concentrado de urânio. E 2023, a mina vai produzir, 202 toneladas, 50% da demanda brasileira por urânio.
E o aumento na produção ocorre num momento em que grupos estrangeiros que atuam no mercado de urânio se aproximam do Brasil para avaliar as possibilidades de iniciar a exploração aqui desse mineral, após mudança nas regras de investimentos privados no setor. As conversas estão sendo conduzidas pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
A INB informou que tem mantido conversas com empresas americanas, canadenses, russas e do oeste da Europa, além de empresas brasileiras. Em dezembro, a MP 1.133 foi convertida na lei 14.514, que flexibilizou as regras para que o capital privado possa participar da exploração do urânio no país. Até então, empresas privadas só poderiam atuar em reservatórios onde houvesse outros minerais além do urânio. A nova regra exige que os parceiros privados atuem sempre em parceria com a INB. Com informações do Valor Econômico.