Na data em que é lembrado o Dia de Combate ao Glaucoma, 26 de maio, a oftalmologista e Diretora Científica da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Dra. Claudia Galvão, chama a atenção para o problema de saúde que é a segunda causa de cegueira no Brasil, atrás apenas da catarata, segundo dados do Ministério da Saúde.
De acordo com a especialista, apesar do glaucoma se tratar de uma doença crônica e sem cura, ele pode ser controlado com tratamento adequado e contínuo. O diagnóstico precoce é essencial para que o glaucoma não evolua para cegueira. “O glaucoma é provocado pelo aumento da pressão interna do olho e alteração irregular no fluxo de sangue dentro do órgão. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores serão as chances de controlar o avanço da doença e evitar a perda da visão”, explica a oftalmologista.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, foram 2,3 milhões atendimentos ambulatoriais e 5,2 mil procedimentos hospitalares, em decorrência do glaucoma. A doença pode não provocar dor e os portadores só percebem sua existência quando os danos são graves e irreversíveis. “O tipo mais comum é o glaucoma primário, que tende a surgir durante o processo de envelhecimento do corpo humano, especialmente a partir dos 40 anos de idade. Há estudos que apontam uma prevalência de 10% na população com mais de 80 anos. Outro tipo também verificado com frequência é o glaucoma secundário, que está relacionado a doenças preexistentes, como o diabetes, e ao uso prolongado de certos medicamentos, como corticosteroides”, observa.
É importante destacar que pessoas com parentes de 1º grau (pais e irmãos) com histórico de glaucoma têm até dez vezes mais chances de desenvolver a doença. Também se somam ao grupo de suscetíveis pessoas com alto grau de miopia, diabetes e usuários de antidepressivos e corticosteroides, além de indivíduos com mais de 40 anos, idosos e afrodescendentes. De modo geral, a recomendação é para que todos os pacientes acima dos 40 anos de idade ou do grupo de risco realizem consulta com o oftalmologista ao menos uma vez por ano. Durante o atendimento, um dos principais pontos é avaliar o fundo dos olhos e a aferição da pressão intraocular, que deve ser realizada por um médico oftalmologista.
Tratamento – Em geral, o prognóstico dos milhares de brasileiros diagnosticados com glaucoma tende a ser favorável, uma vez que o tratamento é efetivo na maioria das vezes. A alternativa terapêutica tem como objetivo controlar a pressão intraocular e interromper o processo de perda de fibras nervosas dos olhos.
“Apesar de não existir uma cura, são raros os casos de difícil controle. Geralmente, a doença responde bem às opções de tratamento, que pode acontecer por meio de medicações tópicas (colírios), lasers ou cirurgia. Há glaucomas com indicação iminentemente cirúrgica, mas a estratégia é sempre definida caso a caso, ponderando a razão entre risco e benefício”, pondera a diretora da Associação Bahiana de Medicina.
O ponto mais importante é contar com o acompanhamento médico precoce. “Se você diagnosticar na fase inicial, não há impacto na qualidade de vida do paciente, porque se consegue estacionar a doença num ponto em que ainda não há sintomas. Se o paciente descobre em fase avançada, também é possível impedir o agravamento, mas a perda que já aconteceu é irreversível”, conclui.
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