O aumento da taxa de desocupação na Bahia, do 4º trimestre de 2022 para o 1º trimestre de 2023 é resultado do aumento do número de pessoas desocupadas, mesmo com a diminuição do quantitativo de pessoas na força de trabalho no estado.
De janeiro a março, o estado tinha 6,887 milhões de pessoas na força de trabalho (quem estava trabalhando ou procurando trabalho). Esse número representa uma queda de 1,6% frente ao trimestre imediatamente anterior. Foram 110 mil pessoas a menos na força de trabalho na Bahia.
Mesmo com menos pessoas na força de trabalho, a população desocupada (quem não estava trabalhando, procurou trabalho e poderia ter assumido caso tivesse encontrado) cresceu na Bahia frente ao 4º trimestre do ano passado. Houve um aumento de 5,2% nos desocupados no estado, que chegaram a 994 mil pessoas (+49 mil frente ao 4º tri/22). Apesar do aumento, a população desocupada na Bahia é a menor para um 1º trimestre desde 2015 (quando eram 821 mil). Frente ao 1º trimestre de 2022, houve uma redução de 20,5% no número de desocupados ou menos 256 mil.
No 1º trimestre de 2023, a população ocupada (quem estava trabalhando no estado, fosse em ocupações formais ou informais) ficou em 5,893 milhões de pessoas, caindo frente ao trimestre anterior, quando havia sido de 6,052 milhões (-159 mil ocupados ou -2,6% no período). Porém, na comparação com o 1º trimestre de 2022 (quando 5,864 milhões de pessoas estavam ocupadas), a população que trabalhava na Bahia seguiu em alta, com um saldo de mais 29 mil trabalhadores em um ano (+0,5%).
Entre o 4º trimestre de 2022 e o 1º trimestre de 2023, a população fora da força de trabalho (que por algum motivo não estava trabalhando nem procurou trabalho) na Bahia cresceu de forma significativa. Passou de 5,086 milhões para 5,216 milhões de pessoas (+2,5%), com 129 mil deixando de procurar trabalho em três meses. Frente ao 1º trimestre de 2022, a população fora da força de trabalho na Bahia aumentou, com ainda mais intensidade: cresceu 5,9%, o que representou 292 mil pessoas deixando o mercado em um ano.
Com uma população fora da força de trabalho maior, o subgrupo dos desalentados voltou a crescer no estado em relação ao 4º trimestre de 2022 (+3,3% ou mais 19 mil pessoas), chegando a um total de 600 mil pessoas desalentadas. Frente ao 1º trimestre de 2022, porém, o número ainda é 7,4% menor (menos 48 mil pessoas). A Bahia segue com o maior número absoluto de desalentados do país, posto que detém ao longo de toda a série da PNAD Contínua, desde 2012. No 1o trimestre de 2023, no Brasil, havia 3,871 milhões de desalentados, número que caiu tanto frente ao 4º trimestre de 2022 (-3,1% ou menos 125 mil pessoas) quanto frente ao 1º trimestre do ano passado (-15,7% ou menos 723 mil pessoas).
A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem, ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Na cidade de Salvador e na região metropolitana da capital, os movimentos no mercado de trabalho do 4º trimestre de 2022 para o 1º trimestre de 2023 foram similares aos verificados no estado como um todo.
Em ambos os recortes territoriais, também houve reduções discretas no número de pessoas na força de trabalho, ou seja, um pouco menos pessoas procurando emprego; a população ocupada (trabalhando) também diminuiu; e o número de pessoas desocupadas (procurando trabalho) aumentou. No 1º trimestre, no município de Salvador, havia 1,333 milhão de pessoas trabalhando e 267 mil desocupados. Considerando toda a região metropolitana da capital, 1,814 milhão de pessoas trabalhavam, enquanto 368 estavam desocupadas.
Foto: (Agência Estado/VEJA)