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MERCADO DO RIO VERMELHO PERDE CLIENTES NA CAPITAL. ENTENDA

João Paulo - 11/05/2023 07:28

O Mercado do Rio Vermelho (MRV) passa por uma situação muito delicada na capital. Reformado há 9 anos com promessa de crescimento, conta hoje com, 38 dos 171 boxes fechados, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). O número representa 22% de todo o espaço.

Os diferenciais do Mercado do Rio Vermelho – segurança, estacionamento e variedade de produtos – parecem não ser suficientes para atrair clientes no dia a dia. Permissionários ouvidos cobram medidas para que mais pessoas voltem a frequentar o local. O MRV é mantido pela SDE e pela empresa privada Enashopp, que tem licitação para gestão e operação do local.

O espaço reúne comerciantes dos mais diversos produtos, sobretudo alimentícios, em boxes individualizados. Segundo os permissionários, a crise que atinge o mercado foi intensificada em 2021, por conta da pandemia, e não poupou praticamente nenhum segmento. Entre os pontos recém fechados estão dois pet shops, loja de polpa de frutas, cosméticos, produtos naturais e restaurantes.

Na praça de alimentação, uma comerciante que preferiu não se identificar por medo de represálias, passa boa parte do dia encarando mesas e cadeiras vazias. Há 17 anos, ela mantém uma lanchonete que teve início ainda na época da Ceasinha. Na sua percepção, o movimento piorou de vez depois da crise sanitária, mas a redução do público já era expressiva desde a reforma, em 2014.  “Isso aqui ficava muito cheio, as mesas não davam para atender todo mundo. Ficavam pessoas em pé, esperando para serem atendidas. Hoje a gente dá graças a Deus quando senta um cliente”, lamenta.

Devido a falta de público no espaço, ela acredita que as taxas de aluguel e condomínio são elevadas. De acordo com a SDE, a taxa de aluguel tem custo de R$ 85 por metro quadrado – valor R$ 5 mais caro do que em 2021. A comerciante chegou a ter cinco funcionários contratados, mas hoje só trabalha com dois, em regime de meio período, e ainda tem dificuldades para fechar as contas que chegam a R$ 3 mil por mês.

Quem também atende aos poucos clientes que transitam pelo mercado diariamente é Rosa Morais, de 71 anos. Ela, o irmão e a cunhada administram um hortifruti. “Aqui nunca mais foi o mesmo depois da reforma, o movimento caiu muito. Quem faz entrega ainda consegue resistir melhor, mas a gente que não faz, sofre”, relata. Para transformar um dos boxes em loja, é preciso preencher uma série de requisitos presentes em uma licitação aberta pelo Governo do Estado. O último chamamento público, realizado no ano passado, tinha 39 boxes disponíveis e 11 foram ocupados.

Fonte: Correio

Foto:  (Foto: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO)

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