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DESIGULADADE SALARIAL NA BAHIA É A MENOR EM 10 ANOS; APONTA IBGE

Douglas Santana - 11/05/2023 19:30

Dados relacionados a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), de 2022, foram divulgados nesta quinta (11)

 

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta (11), os dados relativos à desigualdade de renda entre ricos e pobres na Bahia. Em 2022, com queda mais intensa entre os que ganham mais, a desigualdade salarial na Bahia foi a menor em dez anos de série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), desde 2012.

No ano passado, na Bahia, os 10% de trabalhadores com os menores salários médios, que representavam um grupo de 550 mil pessoas, tiveram uma perda salarial de 10,2%, de R$ 187 para R$ 168 por mês. Para a metade (50%) dos trabalhadores com menores rendimentos (2,753 milhões de pessoas), o salário médio teve uma variação positiva de 0,5%, passando de R$ 643, em 2021, para R$ 646 em 2022. Desse grupo em diante, houve apenas recuos, que se intensificavam conforme aumentava o salário médio.

As maiores quedas chegaram a -7,5% entre os 10% de trabalhadores com maiores rendimentos (585 mil pessoas, cujo salário médio real recuou de R$ 6.870 para 6.356, entre 2021 e 2022) e a -15,9% para o 1% com maiores salários (59 mil pessoas, que passaram de um rendimento de R$ 18.621 para R$ 15.664). Assim, em 2022, o Índice de Gini do rendimento habitualmente recebido por todos os trabalhos na Bahia caiu pelo segundo ano consecutivo, de 0,500 em 2021, o 11o mais elevado do país, para 0,476, o 15o /span> entre as 27 unidades da Federação. Foi o mais baixo registrado no estado nos dez anos de série histórica da PNADC e ficou menor do que o nacional pela primeira vez.

No Brasil como um todo, o Gini da renda de trabalho recuou, de 0,499 para 0,486, movimento acompanhado por 17 das 27 unidades da Federação. O Índice de Gini mede a desigualdade numa distribuição qualquer e vai de 0 a 1, sendo mais desigual quanto mais próximo de 1. A queda mais forte do rendimento de trabalho entre aqueles com maiores salários acabou atingindo mais os homens e as pessoas de cor branca, do que as mulheres e as pessoas pretas ou pardas. Isso levou à continuidade na redução da desigualdade salarial por sexo e por cor ou raça na Bahia, em 2022.

No ano passado, as mulheres baianas que trabalhavam ganhavam em média R$ 1.585, o que correspondia a 92,6% do rendimento médio masculino, que era de R$ 1.712. A diferença de 7,4% a menos para elas foi a menor nos dez anos de série histórica, superando o recorde de 2021 (-8,4%). De forma parecida, em 2022, na Bahia, os trabalhadores que se declaravam pretos ganhavam em média R$ 1.490, o equivalente a 66,8% do rendimento dos que se declaravam brancos (R$ 2.231), enquanto em 2021 o salário médio dos pretos era 57,2% do recebido pelos brancos (R$ 1.500 contra R$ 2.623).

Já os trabalhadores declarados pardos recebiam, no ano passado, R$ 1.568, o equivalente a 70,3% dos brancos. Em 2021, o salário médio dos pardos era 60,9% do recebido pelos brancos (R$ 1.598 contra R$ 2.623).

A desigualdade salarial na Bahia ainda se mantinha, porém, bastante significativa em 2022, quando o 1% de trabalhadores com maiores rendimentos (59 mil pessoas, que ganhavam em média R$ 15.664) recebia o equivalente a 24,2 vezes o salário médio da metade dos trabalhadores com os menores rendimentos (2,753 milhões de pessoas, que ganhavam em média R$ 646). Entretanto, em dez anos, essa distância caiu quase pela metade. Em 2012, o 1% com maiores salários ganhava o equivalente a 43,5 vezes o salário médio do 50% com menores salários (R$ 25.752 contra R$ 592).

 

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

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