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LAUDO COMPROVA PRÁTICA DE ‘RACHADINHA’ NO GABINETE DE CARLOS BOLSONARO

João Paulo - 04/05/2023 08:40 - Atualizado 04/05/2023

Um laudo do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) atestou a existência das chamadas “rachadinhas” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) na Câmara Municipal.

De acordo com o jornal O Globo, desde 2018 o chefe de gabinete do edil, Jorge Luiz Fernandes, recebeu R$ 2,014 milhões em créditos provenientes das contas de outros seis servidores nomeados pelo filho “zero dois” de Bolsonaro.

Segundo a publicação, tais informações foram levantadas pela equipe do Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do (MP-RJ) e é considerada a “prova mais consistente” obtida pela 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada na investigação que apura a suspeita das rachadinhas no gabinete de Carlos.

Ainda conforme o jornal, o laudo demonstrou ainda que Fernandes usou verbas de contas pessoais para pagar despesas do vereador. A prática é semelhante ao que fazia Fabrício Queiroz no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL).

Diante do que foi apurado até o momento, a 3ª Promotoria solicitou investigações complementares ao Laboratório de Lavagem de Dinheiro para averiguar se os pagamentos efetuados pele chefe gabinete foram eventuais ou regulares. Caso fique provada a segunda opção, ficará provado que Carlos Bolsonaro se beneficiou diretamente do desvio dos salários dos servidores.

Segundo o jornal, o laudo em mãos do MP-RJ já é suficiente para imputar o crime de peculato ao chefe de Gabinete. O documento mostra que entre 2009 e 2018, Fernandes recebeu valores dos servidores Juciara da Conceição Raimundo (R$ 647 mil, em 219 lançamentos), Andrea Cristina da Cruz Martins (R$ 101 mil, em 11 lançamentos), Regina Célia Sobral Fernandes (R$ 814 mil, 304 lançamentos), Alexander Florindo Batista Júnior (R$ 212 mil, em 53 lançamentos), Thiago Medeiros da Silva (R$ 52 mil, em 18 lançamentos) e Norma Rosa Fernandes Freitas (R$ 185 mil, em 83 lançamentos).

Dentre os funcionários que tiveram parte dos salários remetida a Jorge Luiz Fernandes, está a esposa do chefe de Gabinete, Regina Célia, e seu cunhado, Carlos Alberto Sobral Franco, que também já foi lotado no gabinete de Jair Bolsonaro (PL), quando o ex-presidente era deputado federal.Ainda de acordo com informações do O Globo, Fernandes, que também é chamado de Jorge Sapão, é apontado por funcionários como um segundo pai de Carlos. Ele trabalha com o “zero dois” desde 2001.

Foto: Renan Olaz/CMRJ

Fonte: O Globo

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