Se você que é investidor quer uma frase para definir o momento atual, ela é: “Keep calm e renda fixa”.
A frase foi o título do relatório no início do ano e dita por Ronaldo Patah, estrategista-chefe do UBS Wealth Management. Agora com a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) faça mais um aumento de juros na semana que vem e pare, e que no Brasil a Selic ainda vai levar alguns meses para cair . Assim o título do novo relatório da UBS passou a ser: “Keep calm e renda fixa II”.
“A gente está em abril, estamos falando de cinco meses. Com o CDI em 13,75%, se tentar antecipar o movimento de alta [das ações] e ele não vem, o investidor perde quase 6% de juros, é difícil, a gente prefere esperar para ver o que vai ser, se realmente virão reformas com uma cara boa, se essa tributária vai sair do papel depois de décadas”, afirma Patah.
Isso porque o UBS considera que o Comitê de Política Monetária (Copom) não terá condições de reduzir a taxa referencial da economia antes de setembro e que, por isso, não há razão para mexer na carteira ou buscar ativos de maior risco, como a bolsa. Na bolsa, apesar dos preços atrativos, ainda não parece haver um gatilho que sustente as ações nos próximos meses porque os juros seguem alto, a inflação resiste e há risco de a economia ter entrado em recessão
Dentro da renda fixa, a principal indicação ainda são ativos pós-fixados, dada a postura do Banco Central (BC) de esperar a inflação se estabilizar e ver que formato terá o novo arcabouço fiscal antes de relaxar a política monetária. “Nada melhor do que 13,75% sem risco de crédito, no prazo médio e com liquidez”, comenta o estrategista do UBS. (OG)
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