Integrantes do movimento ocuparam fazenda no último final de semana sob justificativa de serem terras ‘improdutivas’; dono da propriedade nega.
Cerca da 200 famílias do Movimento Sem Terra (MST) seguem dentro das terras da Fazenda Jerusalém, em Jaguaquara, no Sudoeste da Bahia. Parte da propriedade foi ocupada durante a madrugada do último domingo (23), por estar vazio e ser uma área considerada improdutiva, fato que é negado pelos proprietários do terreno.
Os integrantes do MST afirmam que a fazenda tem um decreto de desapropriação desde 2010 e que ela já foi ocupada em outro momento pelo grupo. Como sobredito, os donos negam tal fato, e já declararam que a desapropriação não é válida, pois existe uma outra decisão judicial definitiva que comprova a produtividade da fazenda. Reinaldo Policarpo, proprietário do local, afirmou também que vai acionar a Justiça para pedir a desocupação da propriedade.
De acordo com Polícia Militar da Bahia (PMBA), na última segunda (24), agentes tentaram realizar a desocupação do espaço, mas os integrantes do MST se recusaram a sair. Ainda na segunda-feira (24), alguns fazendeiros da região foram ao local para pedir a saída das famílias, mas foram impedidos por barricadas de madeiras e pneus que fechavam a entrada da propriedade. A PMBA disse ainda que, mesmo com a chegada dos fazendeiros, as partes não entraram em confronto.
JOÃO ROMA E ADOLFO MENEZES SE PRONUNCIAM
O ex-candidato ao Governo da Bahia pelo Partido Liberal (PL), João Roma (PL), esteve presente em uma manifestação de produtores rurais que defendiam medidas mais rígidas da gestão estadual com o intuito de frear o crescimento das invasões de terra na Bahia. Mais tarde, em uma sessão da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Roma (PL) detalhou o impacto que as invasões têm sobre a produção rural.
“É uma pauta de mobilização e um tema setorial muito importante que afeta a vida de todos na Bahia. Essa reunião de hoje consiste no apelo dos produtores rurais sobre a questão da violência no campo, que se reflete de várias maneiras e feições, mas em especial no crescimento muito grande de invasões despropositadas que tem surgido no estado da Bahia. Isso gera insegurança jurídica, desaceleração nos investimentos e desemprego. Logo, quem sofre com isso são os mais pobres”, esclareceu o político.
Quem também falou a respeito foi o presidente da casa legislativa, Adolfo Menezes (PSD), que também esteve presente no encontro na AL-BA. Menezes (PSD) é contra as invasões do MST à terras no interior do Bahia e é um dos signatários do pedido de abertura da CPI do MST no estado. Em seu momento de fala, para um grande público que esteve presente na casa, o político foi duro contra as ocupações e os integrantes do movimento. “Não é fácil você ter a sua terra e, da hora para a noite, ser invadida por muitos que não querem produzir nada”, afirmou o governista.
Foto: Divulgação/MST