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DELEGADO FALA PELA 1ª VEZ SOBRE CASO PIX DA TV ITAPOAN; VEJA

João Paulo - 12/04/2023 14:09 - Atualizado 12/04/2023

De acordo com o delegado do caso, o rastreio das chaves utilizadas no esquema, para saber quem são os envolvidos, está sendo feito com o cruzamento de dados do Banco Central

O polêmico caso das doações via PIX, do programa Balanço Geral, na Record TV Itapoan, ganhou mais um capítulo nesta quarta (12). O delegado Charles Leão, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), detalhou pela primeira vez, publicamente, a dinâmica do esquema.

Na ocasião, ele apelou para que pessoas que tiveram suas histórias contadas no Balanço Geral, comandado por José Eduardo, procurem a Delegacia de Estelionato, na Mouraria.

“Investigação complexa, que preciso da cooperação do Poder Judiciário, do Ministério Público, da cooperação da nossa agência de inteligência, que está fazendo do DCCP, e, principalmente, preciso da ajuda de quem está nos ouvindo. Você foi entrevistado em uma situação dessa, que foi induzido a fornecer uma chave PIx diferente da sua? Nos procure na Delegacia de Estelionato”, apelou.

De acordo com o delegado do caso, o rastreio das chaves utilizadas no esquema, para saber quem são os envolvidos, está sendo feito com o cruzamento de dados do Banco Central. Atualmente, 11 pessoas são investigadas.

“Algumas chaves PIX utilizadas foram desativadas, então, eu já pedi ao Banco Central informações. A que conta bancária era vinculado essa chave PIX? Tenho certeza que essa resposta será positiva e surgirá mais nomes”, antecipou Leão.

A investigação aponta ainda para a participação de dois rifeiros no esquema de desvio de valores, que já mantinha relação com funcionários da empresa.

Conforme a investigação, as chaves PIX mostradas durante a veiculação das histórias não pertenciam aos telespectadores. Elas eram oferecidas por um funcionário da emissora, alegando ser forma de controlar os recebimentos.

“Então era oferecido para que você aceitasse aparecer na tela uma chave PIX de uma pessoa que você não sabe quem é. Então, com sua anuência, essa pessoa precisando urgentemente… São pessoas simples, pobres, pessoas que estavam em estado de vulnerabilidade realmente. Então ela aceitava. Depois, sem ser um processo minimamente transparente, se mandava um para ela, dizia, foi esse valor, pronto”, explicou Charles.

Para o delegado, a dinâmica do esquema aponta para o crime de lavagem de dinheiro.

“O fornecimento de uma chave fixa para ingressar valores, esconder valores é, para mim, sinal possível da existência de um crime de lavagem de dinheiro. Então, se da mesma forma que o autor do furto tem uma grande relação com o receptador, o estelionato também tem uma grande relação com a lavagem de dinheiro. Essas pessoas serão ouvidas e, verificado realmente a sua culpa, serão iniciadas e apontadas à justiça”, afirma.

Para o titular da DreofCiber, a Record TV Itapoan também é uma das vítimas do esquema, logo, não pode ser responsabilizada criminalmente pelo crime de um funcionário.

“Ouvi várias pessoas. Do alto escalão, como as pessoas mais simples. Não havia a chave PIX da empresa, todas eram das vítimas. Não posso, de forma nenhuma, falar que não colaboraram com a investigação, inclusive, ofereceram notícia-crime e pediram abertura de inquérito. Identificamos dois casos ond havia repetição de chave PIX, a mesma pessoa. Ela se torna nosso investigado”, explica.

Os envolvidos no crime poderão responder por associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.

 

Foto: Reprodução/Google Maps/Street View

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