O percentual de comprometimento da renda com as dívidas ficou em 29,9%, menor número desde fevereiro de 2020, mês anterior ao início da pandemia
Foi divulgada nesta terça (04), a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), que registrou a quarta queda consecutiva do nível de inadimplência, atingindo 29,4% das famílias em março.
O percentual de comprometimento da renda com as dívidas ficou em 29,9%, menor número desde fevereiro de 2020, mês anterior ao início da pandemia de Covid-19.
“O endividamento dos consumidores vem apontando moderação desde outubro, cresceu entre janeiro e fevereiro, com orçamentos apertados pelas despesas típicas do início do ano, e encerrou o trimestre em estabilidade”, explicou a economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) responsável pelo índice, Izis Ferreira.
Conforme a especialista, a melhora da renda disponível com a evolução positiva do mercado de trabalho e a desaceleração da inflação atenuaram os indicadores de inadimplência, que fechou o trimestre em 29,7% das famílias.
“Apesar disso, quem tem dívidas atrasadas há mais tempo continua com dificuldades de sair da inadimplência por causa dos juros elevados”, completou.
A cada 100 consumidores com dívidas atrasadas, 45 chegaram em março com atrasos por mais de 90 dias.
A pesquisa mostrou que a proporção de consumidores sem condições de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores chegou a 11,5% do total em março, com ligeira queda de 0,1 ponto percentual em relação a fevereiro, mas apresentou o maior nível desde novembro de 2020, no comparativo entre as médias trimestrais.
A economista observou que a alta da proporção de consumidores com dívidas atrasadas por mais de três meses mantém aceso o alerta para a necessidade de renegociações e monitoramento do sucesso das dívidas renegociadas pelas instituições financeiras.
Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil