A Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), afirmou que a Bahia está com falta do inseticida de combate a Dengue. Ao todo, segundo a pasta, o estado tem apenas 43 litros.
O produto é enviado pelo Ministério da Saúde (MS) e a última remessa ocorreu em julho de 2022, oito meses atrás. Os 43 litros do produto usado para matar os mosquitos adultos, é suficiente apenas para suprir a demanda média de um município baiano. A falta do inseticida se deve à ausência do Imidacloprida + Praletrina, as substâncias usadas nos carros de ‘fumacê’ em áreas com alta incidência de casos de dengue.
O Ministério da Saúde foi procurado para responder sobre novas remessas das substâncias e justificou o hiato no envio: “Houve problemas na aquisição do inseticida, que foram iniciados em 2021, pela gestão passada, resultando em atraso no fornecimento, conforme informado aos estados e municípios”, respondeu a pasta, ressaltando que a atual gestão federal resolveu as pendências e aguarda a chegada do produto dos fornecedores.
Não foi dita uma data exata de quando o inseticida será distribuído para os estados. A previsão, no entanto, é que chegue nas próximas semanas, de acordo com o MS, que diz não haver desabastecimento de outros tipos de produto e pondera sobre o uso do ‘fumacê’: “Vale informar que o inseticida para a aplicação espacial é uma ferramenta para o controle vetorial, que deve ser utilizada apenas em situações emergenciais, para bloqueio de transmissão”, aponta a pasta.
Estratégia
Epidemiologista e professora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Maria da Glória Teixeira acrescenta que, além de ser destinada para situações de emergência, a nebulização [fumacê] é uma estratégia localizada. “O fumacê tem uma recomendação muito precisa. A de que, se em um determinado local e bairro, está havendo um aglomerado de casos, há indicação do uso do inseticida para matar os mosquitos que já estão circulando em sua fase adulta”, diz a médica.
Ainda assim, de acordo com o médico infectologista Matheus Todt, a ausência do inseticida é preocupante e não deve ser tratada como algo pequeno. “O inseticida, junto com a orientação da população e fiscalização dos agentes, faz parte do controle do vetor, que é o mosquito. Então, não dá para dizer que não vai impactar. É importante também no controle em pontos críticos”, enfatiza Todt.
Fonte: Jornal Correio
Foto: (Marina Silva/Arquivo Correio*)